Um mês após receber aval do Banco Central (BC) para operar como IP (Instituição de Pagamento) e seis meses depois de um aporte de R$ 55 milhões, a Celcoin, plataforma de Open Finance, acaba de fazer sua primeira aquisição.
Nesta segunda-feira (17), a fintech fundada por Marcelo França e Adriano Meirinho anunciou a compra de 100% da Galax Pay, startup mineira de cobrança recorrente. A transação, de valor não revelado, está sendo paga em dinheiro e troca de ações.
Com a aquisição, a Celcoin chega a um faturamento anualizado recorrente (ARR, na sigla em inglês) superior a R$ 100 milhões e 195 funcionários.
A Galax, que participou recentemente dos programas da Endeavor Brasil e do boostLAB (do BTG), possui uma base com mais de 1.800 clientes ativos, além de processar mais de R$ 45 milhões por mês.
Em comunicado, a Celcoin cita que o acordo é uma via de mão dupla. De um lado, beneficia as 190 fintechs clientes da Celcoin com o oferecimento de APIs de cobrança por meio de boleto, Pix e cartão e o motor de cobrança recorrente da Galax. E do outro, permite que a base de empresas atendidas pela startup tenha acesso a serviços financeiros dentro da sua própria plataforma seguindo o conceito de ‘embedded finance’.
A Celcoin possui uma infraestrutura de tecnologia financeira e banking, que já inclui APIs para habilitar transações de Pix, Open Banking, pagamento de contas, tributos, recargas de celular e gift cards, débito automático, saques em ATMs e transferências. Mensalmente, a plataforma processa R$ 2,5 bilhões de mais de 190 clientes.
Fundada em 2016, a fintech já captou R$ 84 milhões em investimentos. Em sua última rodada, anunciada em julho, a empresa levantou R$ 55 milhões, trazendo a Sinqia — fornecedora de soluções para o setor financeiro — para o captable. O valuation (post-money) foi 5x maior em relação ao round anterior.
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Na lista de investidores, a Celcoin tem também a gestora Vox Capital — no captable desde 2019 — além do boostLAB, hub de negócios para empresas tech do BTG Pactual — que entrou como investidor em outubro de 2020, numa rodada de R$ 23 milhões.
Competição
O que não falta é concorrência quando falamos de soluções voltadas para o Open Finance. A lista inclui players como Quanto (que recebeu o aval para a licença de IP em outubro), além de Belvo e Klavi (que nasceu como CrediGO). Mas o número de competidores ficou mais reduzido nos últimos meses, com a compra da Olivia pelo Nubank e aquisição do Guiabolso pelo PicPay.
Em banking as a service (BaaS), as movimentações não param. Para ficar em um só exemplo, a Dock, empresa de tecnologia para meios de pagamento e digital banking, que anunciou em outubro último a compra da BPP (antiga Brasil Pré-Pagos), IP especializada em BaaS, e a fintech mexicana Cacao, voltada para soluções de pagamentos de cartões, no começo de dezembro.
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