Dez novas startups atingiram o status mítico de unicórnios em 2021. Dentre elas, as fintechs CloudWalk, Mercado Bitcoin e o banco digital C6. Para 2022, a expectativa é de que outras 14 empresas entrem para o seleto grupo, além de mais sete em 2023.
As previsões estão na nova edição do estudo “A corrida dos unicórnios”, que acaba de ser lançado pela plataforma de inovação Distrito, e está disponível para download no site.
O ano, inclusive, começa com um primeiro unicórnio, o banco digital Neon — que havia sido apontado na edição anterior do relatório. Nesta semana, a fintech levantou US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) com o banco espanhol BBVA, passando a valer US$ 1,4 bilhão, conforme o site Pipeline.
Entre as aspirantes a unicórnios, estão as fintechs puras a55, Cora, Open Co, Warren e Zoop, além de Conta Azul e Contabilizei, ambas com oferta de serviços financeiros.
Todas as candidatas a chegar ao valuation acima de US$ 1 bilhão receberam, juntas, mais de US$ 1,8 bilhão em investimentos — a maior parte (cerca de US$ 950 milhões) foi destinada às fintechs, para surpresa de zero pessoas.
“Serviços financeiros e varejo seguem liderando a lista, mas vemos um crescimento interessante de outras áreas. Isso demonstra um amadurecimento do mercado, que enxerga oportunidades em várias frentes, e das startups brasileiras, que vem conquistando mais a confiança dos investidores”, afirma Gustavo Gierun, CEO do Distrito, em nota.
Para o levantamento, foram analisados diversos dados e consideradas métricas de crescimento que apontam para um rápido avanço, como os investimentos recebidos nas últimas rodadas e a perspectiva de novos aportes.
A maior parte das aspirantes a unicórnios surgiu a partir de 2013, sendo a Petlove a mais antiga da lista, criada em 1999. As mais novatas são Alice e Cora, ambas fundadas em 2019.
De acordo com Gustavo, a análise para o relatório deste ano está mais apurada, pois a empresa vem utilizando mais algoritmos de análise em sua ferramenta. “Assim conseguimos cada vez mais assertividade nas previsões sobre a evolução das startups ao longo do tempo.”
O estudo aponta, ainda, que os unicórnios estão entrando na terceira geração. A primeira, até 2019, teve fundadores em sua experiência inaugural, em um período de poucos fundos de Venture Capital e capital muito menos abundante.
A segunda geração, que inclui empresas com status mítico a partir de 2020, chegou em um mercado já consolidado, com maior liquidez, maior apetite dos fundos e, claro, com fundadores mais experientes.
Ao observar as características atuais do ecossistema de inovação, o relatório do Distrito pontua os primeiros sinais de uma nova fase, em que há um crescimento ainda mais acelerado. Consequentemente, as empresas alcançam a avaliação acima de US$ 1 bilhão em intervalos menores de tempo.
Entre os fatores para essa transformação estão a disponibilidade de tecnologias como 5G, além de novas regulamentações (alô, Open Finance e sandbox!) que criaram um ambiente favorável à inovação, assim como o surgimento de unicórnios em setores como RH e agronegócio.
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