Investimento em fintechs soma R$ 2,3 bi em janeiro

(Texto corrigido em 03/02) O ano começou movimentado em deals envolvendo fintechs. Em janeiro, foram registrados 12 aportes, que somaram R$ 2,3 bilhões, conforme números apurados pela Finsiders na base de dados da plataforma Sling Hub. A cifra é puxada, claro, pela mega captação de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) feita pelo Nubank em sua Série G. A quantidade de investimentos mantém trajetória vista nos últimos meses do ano passado. 

Entre os aportes de janeiro, destaca-se a captação de R$ 40 milhões feita pela Edmond, fintech que desenvolve soluções de meio de pagamento para o mercado de energia solar. Em menos de três meses depois de ser fundada, a empresa faturou R$ 60 milhões, segundo o site da Veja. O plano é movimentar R$ 1 bilhão em um ano e meio na venda de equipamentos e em transações com contas digitais.

Outro destaque do mês foi a Série A recebida pela bxblue no valor de R$ 38 milhões, em round liderado pela Igah Ventures (antiga e.Bricks). A rodada foi acompanhada por Iporanga Ventures, FJ Labs e Funders Club. Fundada em 2017, a bxblue é uma fintech de consignado para servidores públicos. Desde o início da operação, a empresa já intermediou mais de R$ 500 milhões em contratos de empréstimo consignado.

O Mercado Bitcoin também anunciou um aporte (valor não revelado) liderado pela GP Investments e pela Parallax Ventures, com participação do Fundo Évora, de Zé Bonchristiano, FIP de HS Investimentos, Banco Plural e Gear Ventures. A fintech prevê usar R$ 200 milhões para acelerar o crescimento e abrir novas operações na América Latina, informou o Portal do Bitcoin, nosso parceiro de conteúdo.

Já a STARK, plataforma digital de M&A que conecta investidores a empresas do middle-market, levantou um seed money (valor não revelado) em uma rodada feita pelo pool de fintechs da Bossa Nova Investimentos. O valuation (post-money) foi estimado em R$ 15 milhões.

Segundo apurou a Finsiders, a empresa estava em conversas iniciais com outros investidores, como fundos e family offices, mas optou por fechar a rodada apenas com a Bossa Nova, não apenas pelo dinheiro, mas também pelo smart money do pool de fintechs e do próprio micro VC. A informação foi confirmada por João Vitor Carminatti, cofundador e CEO da STARK. Leia entrevista exclusiva com o founder. 

2020

Em seu report mensal Inside Fintech, o Distrito apontou que os investimentos em fintechs brasileiras cresceram 68% em 2020, para mais de US$ 1,9 bilhão. Para se ter uma ideia da evolução dos deals no setor, em 2017 e 2018 os aportes somaram pouco mais de US$ 500 milhões. Mais precisamente, US$ 500,5 milhões em 2017 e US$ 519,9 milhões no ano seguinte. Pelo menos desde 2014, o volume de investimento em fintechs vem crescendo

Apenas em dezembro de 2020, foram mais de US$ 580 milhões investidos em empresas de tecnologia do setor financeiro, num total de nove rodadas de investimento. Destaques para os rounds da Creditas, que levantou uma Série E de US$ 255 milhões, e do C6 Bank, que captou US$ 241 milhões. No ano, as maiores rodadas foram do Nubank e da Neon, ambas de US$ 300 milhões.

M&A

Nas operações de M&A, a Ebanx comprou uma fatia minoritária (30%) no banco Topázio, informou o site NeoFeed. A transação ainda depende da aprovação do Banco Central (Bacen) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até lá, os negócios seguem de forma independente. Sabe-se que o Topázio vem investindo em sua plataforma de banking as a service (BaaS). Uma das parcerias é com o Mercado Pago.

Outros dois deals relevantes em janeiro foram a compra da Vérios pela Easynvest, e a aquisição da Bcredi pela Creditas.

Quer acompanhar os aportes e as operações de M&A, com profundidade? Acesse a editoria “Cifras e deals” no site da Finsiders.