Depois de uma desaceleração em 2022, os investimentos em insurtechs na América Latina, inclusive Brasil, se recuperaram no ano passado. Ao todo, em 2023, foram US$ 74,5 milhões em aportes nas startups de seguros. Neste ano, até o fim de fevereiro, o volume investido soma US$ 37 milhões em cinco transações. Os dados são da plataforma de inovação Distrito, que também considera no levantamento negócios envolvendo operadoras de seguro saúde.
O report mostra também que o pico de investimentos no segmento foi em 2021, quando as insurtechs latinas levantaram US$ 305,6 milhões em 29 captações. Desde 2018, as empresas captaram um total de US$ 667,1 milhões em 107 deals — desse volume financeiro, as startups brasileiras concentraram 83%, enquanto representaram 66,4% das rodadas.
Houve, ainda, uma concentração em três captações Série C, que corresponderam a quase um terço dos aportes nos últimos seis anos. Em dezembro de 2021, por exemplo, a operadora de saúde Alice recebeu US$ 127 milhões em uma rodada liderada pelo SoftBank. Dez meses antes, a startup já havia captado uma Série B de US$ 33,3 milhões.
Outro sinal de recuperação desse mercado é a volta das operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). Após um 2023 sem negócios, neste ano já foram registradas três transações: compra da AVITA pelo Itaú Unibanco; aquisição da Quiver pela Dimensa; e compra da Infocap TI pela Agger Sistemas.
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Em nota, Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, avalia que ainda existe muito espaço para crescimento do mercado de seguros, sobretudo nos nichos, onde já está a maior parte das insurtechs. “Embora o mercado de seguros seja gigantesco, representando 6,5% do PIB brasileiro, uma parcela expressiva da população não possui seguros contratados”, destaca o executivo.
Tendências
O estudo aponta, ainda, como três principais tendências para a indústria de seguros: uso de inteligência artificial (IA), embedded insurance (que pode ser traduzido como seguros embarcados) e necessidade de proteção contra riscos cibernéticos.
Ao final de 2023, chegou a 250 o número de insurtechs na região. Apesar do aumento de quase 3x desde 2014, entre 2018 e 2023 houve uma redução gradual na quantidade anual de novas startups. Mais de 60% das startups são focadas em soluções multimercado — operam com três ou mais ramos de seguros.
Conforme o levantamento, mais da metade (57%) das insurtechs na América Latina são brasileiras. Em seguida no ranking regional aparece o México, com 18,4% das startups no setor. Fechando o top 3 está a Argentina (9,2%).
