Na 2ª aquisição depois da Série B, Vórtx compra Basement

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A máquina (ou seria um furacão?) de aquisições e investimentos da Vórtx não para. Nesta quarta-feira (25), a fintech — que oferece infraestrutura para o mercado de capitais — anunciou a compra do controle do Basement, plataforma de gestão de captables e programa de stock options.

O acordo, de valor não revelado, prevê a aquisição de 51% do Basement, além de uma operação secundária que permitirá o exit dos mais de 300 investidores que investiram na startup por meio de uma rodada de equity-crowdfunding.

Pelos termos do contrato, o Basement manterá sua marca, fundadores (Frederico Rizzo e Daniel Sousa) e equipe de forma independente, mas a plataforma trabalhará integrada ao ecossistema da Vórtx.

Fundado em 2019, o Basement é um spin-off da plataforma de equity-crowfunding Kria (antiga Broota). O carro-chefe da plataforma é uma solução que ajuda startups a montar e gerenciar um plano de stock options de maneira 100% digital. Hoje, o Basement tem mais de 200 clientes, incluindo RD Station, SmartFit e as fintechs Asaas e Cora, entre outros.

“Foi principalmente a convicção compartilhada de que haverá um mercado mais líquido e eficiente para empresas não listadas que despertou nosso interesse em somar forças com a Vórtx”, diz Fred, em nota.

Para Juliano Cornacchia, cofundador e CEO da Vórtx, Basement e Vórtx compartilham da mesma visão: descomplicar o mercado de capitais. “Logo, a aproximação das duas empresas é muito natural e a companhia entra para o ecossistema da Vórtx de forma muito complementar às nossas soluções”, afirma, no texto.

A aquisição é a segunda feita pela Vórtx desde que levantou sua Série B de R$ 190 milhões em uma rodada liderada pelo fundo de private equity norte-americano FTV Capital, em março do ano passado.

De lá pra cá, a fintech fundada por Juliano e Alexandre Assolini já adquiriu a Simplific Pavarini, um dos mais tradicionais agentes fiduciários do Brasil, com cerca de R$ 200 bilhões em custódia de dívida corporativa. Em 2019, a Vórtx também havia comprado a Vosasys BCInf, de soluções para o mercado financeiro.

No ano passado, a empresa fez, ainda, um aporte de valor não revelado na Investtools, que desenvolve tecnologia para gestores de investimento; na Preparo, startup de contratações e recrutamentos; e na Parfin, plataforma de infraestrutura para investimento em criptoativos.

A aquisição não só complementa o ecossistema da Vórtx, como revela sinergia entre os negócios no sandbox regulatório da CVM, do qual ambas as empresas participam — a Vórtx com uma plataforma em blockchain para mercado secundário e o Basement com escrituração de companhias fechadas.

“Nossos clientes poderão, no médio prazo, se conectar via blockchain com centenas de fundos administrados pela Vórtx. Me dá arrepio pensar em destravar liquidez para empresas com centenas de pessoas dentro de seus programas de ILP”, diz Fred.

Mercado

O Basement segue um modelo de negócios semelhante ao da norte-americana Carta, que já levantou mais de US$ 1 bilhão, conforme o Crunchbase e tem, inclusive, um escritório no Rio de Janeiro.

Com mais funcionários de startups recebendo stock options, já começam a nascer também empresas para dar liquidez a esses profissionais “ricos no papel”, mas “liquidity-poor”.

A Velvet, do peruano Carlos Naupari e do brasileiro Edouard Montmort, é um exemplo disso, e acabou de lançar um benefício que as startups em ‘growth stage’ poderão oferecer aos seus profissionais que têm stock options ou participação acionária.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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