PAGAMENTOS

PayRetailers compra Transfeera para ampliar atuação no Brasil

Fintech espanhola, com presença em mais de 20 países na América Latina e na África, prevê dobrar equipe em solo brasileiro até 2025

Negócios - Imagem: Savvas Stavrinos/Pexels
Negócios - Imagem: Savvas Stavrinos/Pexels

A PayRetailers, empresa espanhola de processamento de pagamentos com foco na América Latina, acaba de anunciar a compra da brasileira Transfeera, fintech que fornece infraestrutura de pagamentos para empresas. Os valores e os termos da transação não foram divulgados. O negócio depende de aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

De acordo com a PayRetailers, a aquisição faz parte do plano de expansão da companhia no Brasil. Com atuação em mais de 20 países na América Latina e na África, a fintech prevê dobrar o número de funcionários no Brasil até o ano que vem e ampliar o atendimento às companhias locais. Por aqui, a operação tem a liderança de Daniel Moretto, ex-CSU.

A Transfeera seguirá operando com seus serviços normalmente e fará parte do grupo da PayRetailers, quando a transação for fechada, reforçando suas capacidades tecnológicas. O acordo ocorre mais de um mês depois que a PayRetailers recebeu autorização do Banco Central para operar no Brasil como instituição de pagamento (IP), licença que a própria Transfeera havia conseguido seis meses atrás

Em nota, Juan Pablo Jutgla, fundador e CEO da PayRetailers, diz que a empresa deve anunciar em breve novas aquisições em outros continentes. “Já somamos algumas aquisições globais e chegou o momento de consolidar nossa liderança no Brasil como a maior processadora de pagamentos de alta complexidade.”

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Contexto

Fundada em 2017 em Joinville (SC), a Transfeera oferece soluções de plataforma e tecnologia para processamento de pagamentos e validação de dados bancários. Atualmente, atende mais de 450 clientes e soma 62 funcionários. Com o deal, a estrutura da PayRetailers atingirá 100 profissionais no Brasil e 550 no mundo, distribuídos em 10 escritórios.

“Como Transfeera, com esse movimento, ganhamos acesso a uma vasta expertise no desenvolvimento e oferta de produtos bancários, que certamente nos fazem avançar na construção de vantagens competitivas frente ao mercado”, diz Fernando Nunes, cofundador e CEO da Transfeera, em nota. Com a operação, o empreendedor se mantém no cargo.

Em 2022, a Transfeera faturou R$ 19 milhões e movimentou R$ 12,8 bilhões. Já no ano seguinte, transacionou quase R$ 19 bi. A fintech gera caixa e chegou ao breakeven no segundo semestre de 2022, conforme disse Fernando, em entrevista ao Finsiders Brasil em outubro de 2023.

Em sua última captação, em janeiro do ano passado, a Transfeera levantou R$ 7 milhões. O valor ficou bem distante de uma rodada Série A, para a qual a startup vinha se preparando desde 2021, ainda antes do “inverno das startups”. 

A operação teve assessoria jurídica dos escritórios Pinheiro Neto Advogados e BMA Advogados. Como assessor financeiro, a PayRetailers contratou a Royal Park Partners, enquanto a Transfeera contou com a RGS Partners.