Que crise? Pomelo levanta mais US$ 15 milhões com valuation 50% maior

A fintech argentina Pomelo acaba de captar US$ 15 milhões, em uma extensão da Série A de US$ 35 milhões, anunciada em outubro do ano passado

Contrariando o momento de mercado, a fintech argentina Pomelo acaba de encher o tanque. A empresa recebeu um aporte de US$ 15 milhões, em uma extensão da Série A de US$ 35 milhões, anunciada em outubro do ano passado.

O novo cheque veio com um aumento de 50% no valuation, num contexto em que diversas startups têm sofrido para levantar recursos e as que conseguem precisam aceitar um ‘down round’, ou seja, ajustar o valuation para baixo.

“Estamos muito contentes por este investimento adicional e por captar um total de US$ 60 milhões nos primeiros 18 meses de vida da empresa”, diz Gastón Irigoyen, CEO e cofundador da Pomelo, em nota.

A nova captação foi feita por investidores atuais da fintech, como os fundos Monashees, Index Ventures, Insight e SciFi, mas também trouxe um novo acionista. A firma Section 32, do ex-CEO e fundador do Google Ventures Bill Maris, se juntou ao captable.

A plataforma de APIs criada pela Pomelo permite que empresas de diferentes setores, como cripto, agronegócio, educação, varejo, imobiliário e outros, ofereçam cartões físicos e virtuais (pré-pago, débito, crédito, cripto e corporativos), além de contas virtuais e produtos com onboarding digital. A fintech tem acordos comerciais com as duas principais bandeiras, Visa e Mastercard.

A rodada de investimentos captada agora será utilizada para a expansão da fintech na Colômbia e no Peru, onde entrou recentemente, além da ampliação das soluções nos atuais mercados (Brasil, Argentina e México).

Da esq. para a dir., Hernan Corral, Gaston Irigoyen e Juan Fantoni, fundadores da Pomelo (Foto: Divulgação/Pomelo)
Da esq. para a dir., Hernan Corral, Gaston Irigoyen e Juan Fantoni, fundadores da Pomelo (Foto: Divulgação/Pomelo)

O objetivo, diz a startup em nota, é competir por 80% do volume de pagamentos na América Latina, com um potencial de que as empresas clientes alcancem até 450 milhões de usuários. Hoje, a Pomelo soma 60 companhias no portfólio, incluindo nomes como Rappi, Bitso, Ripio, Agrotoken e Moeda Pay.

Fundada no começo de 2021 por Gaston Irigoyen (ex-Naranja X), Hernan Corral (ex-Mercado Pago, também com passagem na Naranja X) e Juan Fantoni (ex-Mastercard), a Pomelo desembarcou simultaneamente no Brasil e México em outubro do ano passado, quando também divulgou a rodada Série A liderada pela Tiger Global.

Competição

Por aqui, a fintech tem um mercado gigante a ser explorado, sim, mas também enfrenta uma competição igualmente grande. Entre os players nessa “arena” de infraestrutura, com soluções de banking as a service (BaaS), estão nomes bem estabelecidos como BMP (que acabou de lançar um novo posicionamento de banco das fintechs), Dock (que vem trilhando expansão para outros mercados Latam também), Bankly (do Méliuz), FitBank (que tem JP Morgan e CSU no captable), Zoop (investida da Movile), Swap (que vem se especializando em segmentos), Celcoin (um player que aposta em consolidação) e outros.

Instituições financeiras globais e locais, como BTG Pactual, Itaú, Citi, HSBC, ABC Brasil, entre outras, também apostam na oferta de suas plataformas bancárias como serviço para incrementar as linhas de receitas, atingir novos perfis de clientes e ingressar em novos segmentos.

Oportunidade não falta. Dados do IMR Instrospective Market Research mostram que o Brasil representa 73% do mercado de banking as a service (BaaS) na América do Sul, com uma receita de US$ 1,4 bilhão em 2021.

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