Smartbrain levanta US$ 10 milhões com VC do Bradesco e mira aquisições

Plataforma da Smartbrain (Reprodução/site)
Plataforma da Smartbrain (Reprodução/site)

O mercado de consolidadores de investimento está aquecido, e grandes instituições estão de olho. O mais recente movimento veio do Bradesco.

Por meio do inovaBra Ventures, fundo de Corporate Venture Capital (CVC), o banco acaba de anunciar um investimento de US$ 10 milhões na Smartbrain, fintech de consolidação de carteiras de investimento com foco no B2B — desde agentes autônomos até grandes corretoras.

Sem abrir o tamanho da participação, a fintech diz que o fundo passa a ser um “sócio relevante” da empresa, que fez sua primeira rodada de captação desde a fundação, em 2004.

Atualmente, a Smartbrain consolida mais de R$ 210 bilhões e processa mais de 300 mil extramos por dia. Atende mais de 450 clientes, entre eles, gestoras de patrimônio, family offices, AAIs, corretoras distribuidoras e plataformas de investimentos.

Em seu site, a empresa lista diversos nomes, que incluem desde grandes bancos como Santander, Safra e o próprio Bradesco, até gestoras como Claritas, Vinci Partners, TAG, entre outros players.

A fintech vai utilizar os recursos para investir, prioritariamente, nas áreas de tecnologia, produtos e marketing. O cheque também deve ajudar no crescimento inorgânico, com aquisições de outras empresas.

Cassio Bariani, sócio-fundador da Smartbrain (Divulgação)
Cassio Bariani, sócio-fundador da Smartbrain (Divulgação)

“O plano da Smartbrain sempre foi o de criar um ecossistema tecnológico completo de soluções para profissionais de investimentos atenderem melhor seus clientes e agora isso acontecerá de forma bastante acelerada”, comenta Cassio Bariani, fundador da empresa, em nota.

Com o crescimento do mercado e o aumento do número de profissionais nos últimos anos, a Smartbrain criou soluções e diversos produtos no padrão SaaS (software como serviço), soluções em APIs nos moldes do Open Finance e de inteligência de dados (big data).

A expectativa é crescer 10x o tamanho atual nos próximos anos, chegando a mais de 3 milhões de extratos processados diariamente, conta Henrique Garcia, cofundador e CEO da empresa.

Com a entrada do novo acionista, a fintech passa a ter um conselho e várias diretorias. Henrique assume como CEO, Cassio vai para o conselho, Ailton Torres segue como líder da área de tecnologia, e novos profissionais estão sendo contratados para as áreas de produtos, customer success e inteligência de dados.

“A capacidade tecnológica e de segurança da Smartbrain foi um diferencial na escolha da parceria, pois estamos muito avançados na utilização da nuvem com arquitetura de micro serviços, microfrontends e APIs. Agora iremos explorar também soluções ainda mais complexas como analytics, decisões em tempo real, utilização de IA e blockchain”, diz Ailton Torres, o CTO, no texto.

No Bradesco, os sistemas da Smartbrain foram implantados inicialmente para os clientes de alta renda e agora está em fase de testes nas áreas de investimentos do banco e da Ágora Corretora.

“O Open Banking trará muitos benefícios ao cliente e nós queremos incentivar e participar ativamente desse movimento”, comenta Rafael Padilha, diretor do Bradesco PE & VC, em nota.

Concorrência no mercado de consolidadores não falta. Disputam espaço players que nasceram com modelos de negócio B2C, como Fliper (comprado pela XP), Kinvo, Real Valor (ambos adquiridos pelo BTG), Gorila e Trademap, e nos últimos anos vêm avançando entre agentes autônomos, consultores de investimento e family offices.

No B2B, a competição é também acirrada e tem empresas como ComDinheiro, recém-adquirida pela Nelogica; Kokpyt, da Allê Invest; AAWZ; e BRITech, que tem uma plataforma SaaS de gestão de investimentos com diversas soluções.

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