Pouco mais de dois anos depois de desembarcar no Brasil, a fintech colombiana Addi, especializada em ‘buy now, pay later’ (BNPL), está deixando o país. O anúncio foi feito ontem (15) aos funcionários pelo CEO e cofundador da empresa, Santiago Suarez.
Conforme apurou o Finsiders, a operação brasileira tinha mais de 40 pessoas. “Só ficou quem tinha algum envolvimento com a operação na Colômbia”, diz um ex-funcionário sob condição de anonimato.
A partir de agora, o objetivo da Addi é priorizar o negócio na Colômbia, onde a empresa foi fundada em 2018. “Queremos focar nosso investimento na Colômbia, onde vamos investir para atingir o ponto de equilíbrio no ano que vem”, afirmou Santiago, em entrevista à Forbes Colombia.
Correção de rota
O que houve, então, foi uma correção de rota. Até porque, em setembro de 2021, quando conversou com o Finsiders na esteira de uma rodada de US$ 75 milhões (bons tempos!), um dos fundadores da Addi, Daniel Vallejo, destacou que o Brasil era prioridade para os planos de crescimento da fintech.
Por aqui, apesar do cenário macroeconômico desfavorável, a Addi até que conseguiu construir uma carteira de clientes relevante, com mais de 750 lojas que ofereciam o pagamento parcelado sem cartão, via Pix. Além disso, mais de 500 mil pessoas já compraram com a solução oferecida pela fintech, segundo informações no site da empresa.
Desde o início do negócio, a Addi levantou mais de US$ 376 milhões em investimentos, conforme dados no Crunchbase. No captable estão nomes como Andreessen Horowitz (a16z), GIC, SoftBank, Monashees, Goldman Sachs, Union Square Ventures, entre outros.
O Finsiders ainda não conseguiu contato com a empresa para mais informações. A reportagem será atualizada quando houver novidades.
Crise do BNPL?
Na semana passada, a Provu — que também atua com BNPL — demitiu cerca de 70 pessoas, conforme apurou o Finsiders. Foi o segundo corte feito pela fintech brasileira no período de um ano.
Será que o BNPL, o bom e velho crediário na roupagem digital, estaria passando por uma crise de confiança no Brasil?
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