Koin, fintech de BNPL, lança plataforma integrada para PMEs

Mesmo com pouco tempo de mercado, a KoinPay processou um volume de US$ 5,8 bilhões e teve 15 milhões de transações nos últimos 12 meses

A Koin, fintech que atua com soluções de ‘buy now, pay later’ (BNPL), está colocando no mercado uma nova plataforma integrada com os principais meios de pagamento e proteção antifraude, um movimento que ajuda os lojistas a terem uma visão holística sobre as opções disponíveis em um só lugar, com potencial crescimento dos negócios.

Startup comprada em 2020 pelo grupo argentino Despegar (que no Brasil trabalha por meio da Decolar.com), a Koin oferece um menu de possibilidades para que os clientes das empresas possam fazer o check-out por meio da KoinPay, como cartão de crédito para uma única compra, além do Pix e boleto parcelado.

A estratégia é posicionar a KoinPay como um gerenciador de pagamentos global para as pequenas e médias empresas (PMEs), visando o aumento das conversões nas vendas. Nas palavras de Lucas Iván Gonzalez, chief product officer (CPO) da Koin, sem o volume de processamento de gigantes da indústria, as PMEs são as que mais enfrentam entraves com os problemas de fricção junto aos usuários.

“As PMEs são as que sofrem mais porque têm menos opções. As empresas que negociam com as principais adquirentes ou meios de pagamentos são as que têm mais taxas e mais vendas. Elas (PMEs) não têm um fluxo como Mercado livre ou Magalu. Então, a conversão é super importante”, afirma Lucas, em entrevista ao Finsiders.

De acordo com o executivo, a experiência da startup com as empresas de turismo, ramo em que a Koin é consolidada justamente por fazer parte da Decolar, houve um aumento entre 15% a 20% nas conversões ao agregar as funcionalidades de segurança aos meios de pagamento.

Lucas Gonzalez, CPO da Koin. Foto: DIvulgação
Lucas Gonzalez, CPO da Koin. Foto: DIvulgação

“Dentro desse mercado em que trabalhamos, muitos estão só com BNPL, uns com o Pix e outros apenas com antifraude. O que queremos é ter tudo em um único produto para eles (os ‘merchants’). Não vamos deixar de vender apenas o BNPL ou o antifraude, mas potencial de ganho é maior”, completa o executivo.

Expansão

No momento, a empresa possui cerca de 1 mil merchants clientes. São nomes conhecidos do mercado, como Ame, Decolar, Positivo, CNA, Fastshop e Via. Com as novas condições, prevê crescer entre 10% a 15% no BNPL com a entrada de novos clientes e aumento do ticket médio. Até dezembro, a ideia é aumentar entre 500 a 1 mil o número de varejistas.

Para isso, conta com 30 plataformas integradas ao seu ecossistema, entre VTEX, Shopify, Oracle, Magento, WooCommerce, Bis2Bis e wBuy. Nos últimos 12 meses, a Koin processou US$ 5,8 bilhões em 15 milhões de transações com suas soluções de pagamento.

Entretanto, o executivo reconhece que o momento atual não é dos mais prósperos para o varejo. Mas é justamente aí que o “buy now, pay later” entra: uma venda que ficaria pelo caminho pode ser concretizada com as condições diferenciadas. “Muitas empresas estão com problemas de rentabilidade. Nós tentamos fazer com que o BNPL seja forte no B2C, para que a loja tenha um sistema de transação para o usuário.”

Neste momento, diz Lucas, a Koin não está em busca de capital, até pelo cenário de escassez no venture capital. O foco hoje é aumentar a base de lojistas e incrementar as opções para o cliente final. E pode até ofertar empréstimos no futuro. Dessa forma, a Koin espera ter um Ebitda positivo nos próximos meses.

Disputa crescente

Em um cenário de juros altos e instabilidade econômica no Brasil e no mundo, o BNPL traz saídas interessantes para o varejo. Por isso, obviamente a Koin não está sozinha.

No mundo, o caso mais famoso é a fintech sueca Klarna. Na esteira do ‘inverno do capital de risco’, a empresa que tem o Softbank entre os investidores captou US$ 800 milhões há um ano e foi avaliada em US$ 6,7 bilhões, uma redução de 85,3% no valuation em relação à rodada anterior, em 2021.

Outra a disputar espaço no “compre agora, pague depois” é a colombiana Addi. Em dezembro de 2021, a startup fez uma Série C de US$ 200 milhões junto a nomes como Softbank, Monashees e Andreessen Horowitz, entre outros.

Por aqui, os competidores incluem, ainda, fintechs como Pagaleve, Drip e Provu (antiga Lendico), entre outras.

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