Adesão maciça ao Pix faz transações bancárias via mobile saltarem 75%

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A adesão maciça ao Pix provocou um crescimento de 75% no volume das transações com movimentação financeira feitas pelos clientes por meio de celulares. A matéria é do portal Fintechs Brasil

De acordo com a terceira (e última) parte da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, realizada em conjunto com a Deloitte, em 2021 foram realizados mais de 4,5 bilhões de pagamentos instantâneos, e o número de usuários que realizam mais de 30 Pix por mês chegou, em março de 2022, a quase 3,9 milhões – um incremento de 809% em relação aos 12 meses anteriores.

Transações com ou sem movimentação financeira, por canal. Fonte: Febraban/Deloitte
Transações com ou sem movimentação financeira, por canal. Fonte: Febraban/Deloitte

O Pix também teve impacto sobre DOCs e TEDs, que registraram queda de 26% no mobile e de 38% no internet banking.

As informações foram colhidas em 2021 junto aos 22 principais bancos no país que, juntos, detêm 87% dos ativos do setor.

De forma geral, a quantidade de transações cresceu 15% em relação a 2020, com predominância do uso dos canais digitais – considerando movimentações e consultas, o uso dos celulares aumentou 28% e chegou a uma participação de 56%. A abertura de contas pelos canais digitais cresceu 66% e foi maior do que em agências pela primeira vez na história: 10,8 milhões, contra 9,9 milhões.

São mais de 200 milhões de contas ativas no mobile banking e outras 35 milhões no internet banking; o cliente do mobile acessa seu banco, em média, 40 vezes por mês, praticamente o dobro do ano anterior.

Chama a atenção, ainda, a quantidade de operações de crédito fechadas pelos clientes por aplicativos e internet banking, revelando que a conveniência e o autoatendimento caíram no gosto do brasileiro, também quando o assunto é banco.

As contratações de crédito pelo celular somaram R$ 960 milhões, com alta de 26%, enquanto no internet banking, avançaram 27%, para R$ 186 milhões. A pesquisa mostra que 93% das contratações de crédito foram feitas por canais digitais em 2021.

Evolução da contratação de produtos financeiros em canais digitais. Fonte: Febraban/Deloitte
Evolução da contratação de produtos financeiros em canais digitais. Fonte: Febraban/Deloitte

Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban, explicou que a pesquisa não faz recorte da utilização dos canais por pessoas e empresas, e PJ, mas é possível perceber o comportamento diferente entre esses dois públicos.

“As pessoas estão migrando fortemente para mobile, com acesso cada vez menor às agências e canais físicos, e as empresas ainda dão preferência ao internet banking”, diz. No mobile, 94% das transações são feitas por pessoas físicas, enquanto no internet banking 60% são realizadas por empresas.

Agências e ATMs registram queda na maioria dos tipos de transações pesquisadas (20% para transações de pagamentos, e para 12% contratações).

A contratação de seguros, apesar de ter subido muito, ainda é feita preponderantemente em agências e PABs (80%), e 27% dos pagamentos de contas ainda são feitos em correspondentes bancários. No caso do Pix, 95% das operações foram no mobile e 5% na internet. Os canais digitais também lideram quando o assunto é contratação de investimentos: representam 66%.

Número de transações por canal. Fonte: Febraban/Deloitte
Número de transações por canal. Fonte: Febraban/Deloitte

A pesquisa revelou, ainda, que 27% de uma amostra de 11 bancos pretendem investir em insurtechs em 2022. Mais da metade fala em inovação de produtos e cobertura de novos riscos e personalização de canais e produtos para o cliente. Ainda assim, o envolvimento com ecossistemas e insurtechs é citado somente por 8% dos bancos.

Open Finance

A pesquisa apontou também que os consumidores ainda resistem, mas já começam a compartilhar dados entre bancos: a quantidade dos que consentiram aumentou 18%.

“O nível de compartilhamento dos dados tende a aumentar à medida que o consumidor percebe os benefícios do Open Finance, como, por exemplo, a facilidade de consolidação e organização dos seus dados financeiros que lhe proporciona uma melhor experiência bancária”, afirmou Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a indústria de serviços financeiros.

No caso das pessoas físicas, até abril de 2022, 33% dos dados compartilhados foram de contas (limite, extrato e saldo), 23% dados obrigatórios (dados cadastrais e informações complementares), 22% para dados de cartão de crédito (limite, fatura e transações), e 22% sobre dados de operação de crédito (direitos creditórios descontados, financiamentos, adiantamentos a depositante e empréstimos).

Em relação à pessoa jurídica, os dados de contas aparecem em primeiro lugar com 34%, seguidos de dados de operação de crédito (30%), dados obrigatórios (20%) e dados de cartões de crédito (16%).

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