A Apple propôs ao Goldman Sachs o encerramento da parceria entre as duas partes mais cedo do que o planejado, de acordo com fontes a par do assunto revelaram ao The Wall Street Journal.
Segundo a matéria do WSJ, a gigante da tecnologia propôs ao tradicional banco norte-americano a finalização do contrato nos próximos 12 a 15 meses, incluindo o seu cartão de crédito e a conta poupança, lançada em 2023.
Se confirmado, o movimento representa uma mudança de direção. As partes haviam prolongado, em outubro de 2022, o acordo até 2029.
A colaboração entre a dona do iPhone e o banco para atender os consumidores dos Estados Unidos começou há pouco mais de quatro anos, em agosto de 2019. Com uma estratégia agressiva, a promessa era de que o trabalho entre uma gigante da tecnologia e outro da indústria financeira poderiam chacoalhar o mercado.
A conta-poupança lançada neste ano, por exemplo, oferecia uma taxa de juros de 4,15% ao ano aos poupadores — bem acima do que o praticado pelos concorrentes no país. Em agosto, essas contas registraram US$ 10 bilhões em depósitos dos clientes nos primeiros quatro meses, de acordo com a Apple.
Entraves
No entanto, a mesma publicação já tinha dado pistas da falta de sintonia entre as partes. Em fevereiro, o Goldman Sachs afirmou que buscaria “estratégias alternativas” para a sua plataforma de consumo, tirando de cena a ideia de chegar até os consumidores de varejo, focando nas suas áreas principais, como investimentos e trading. Nesse pacote, estava o cartão de crédito.
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Para se ter ideia, o Goldman havia registrado perdas de US$ 1,2 bilhão nos primeiros nove meses de 2022 na sua vertical de consumos. O banco, também, gastou US$ 350 por cada novo cliente do cartão de crédito com a empresa da maçã.
Neste sentido, o Goldman Sachs se desfez da GreenSky, em outubro, em negócio fechado junto ao consócio liderado pela Sixth Street Partners. A fintech havia entrado no portfólio no ano passado por US$ 1,7 bilhão.
Por outro lado, com a sinalização do banco de terminar o acordo antes do esperado, a Apple chegou a cogitar a ideia de substituir o banco pela American Express no processo, mas acabou não seguindo em frente. Os cartões, hoje emitidos pela Mastercard, poderiam ter um alcance inferior com a Amex.
Procurada pelo WSJ, a Apple despistou a respeito do caso. “A Apple e a Goldman Sachs estão focados em fornecer uma experiência incrível aos nossos clientes para ajudá-los a ter uma vida financeira mais saudável. O premiado Apple Card teve uma grande recepção por parte dos consumidores e continuaremos a inovar e a fornecer as melhores ferramentas e serviços para eles”, disse um porta-voz da empresa.
Já o Goldman Sachs preferiu não comentar o assunto.
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