O Banco Central (BC) está criando o Grupo de Trabalho Interdepartamental “GTI Tokenização” de ativos, para estudar e fazer recomendações sobre custódia, negociação e liquidação de ativos financeiros tecnologias de registro distribuído (DLT). A informação foi publicada pelo portal Blocknews, parceiro de conteúdo do Finsiders.
De acordo com a Resolução nº 273, divulgada hoje (12), o grupo deve durar 180 dias, mas o prazo pode se estender por mais um período igual a esse, porém só uma vez. As reuniões acontecerão a cada 15 dias pelo menos e o GTI deverá apresentar um relatório final com suas conclusões sobre o assunto.
Uma das questões sobre as quais o grupo vai se debruçar é a de ganhos de eficiência com a tokenização no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Assim como riscos financeiros, operacionais, de reputação e dos negócio. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, diz com frequência que a tokenização é o futuro do mercado financeiro.
O regulador já está testando tokenização em ações como o Lift Challenge, programa de testes do real digital, e do seu sandbox, que inclui o projeto da Bolsa OTC, plataforma de oferta de tokens de dívidas de empresas. Quem está criando o grupo de tokenização é o Comitê de Governança, Riscos e Controles (GRC) do BC.
A resolução prevê que os trabalhos do GTI comecem oficialmente em 1 de janeiro de 2023. As ações previstas são:
- Comparação entre a experiência brasileira e o cenário internacional;
- Análise de resultados das iniciativas sandbox e LIFT Challenge/Real Digital;
- Abertura de fórum de debates sobre economia digital com outros reguladores e participantes do mercado;
- Mapeamento das atividades de escrituração, registro, depósito, custódia, negociação e liquidação, considerando-se agentes e serviços envolvidos;
- Estudo do impacto do uso das tecnologias DLT/blockchain sobre serviços e estrutura de mercado;
- Levantamento de ganhos de eficiência no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), bem como dos riscos financeiros, operacionais, reputacional e de negócio;
- Avaliação do grau de segurança cibernética de presentes soluções de tokenização; e
- Diagnóstico do arcabouço legal e eventual proposição de ajustes regulatórios.
A coordenação do grupo de tokenização ficará com a secretaria-executiva. As outras áreas que farão parte incluem os departamentos de Assuntos Internacionais, de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro, de Gestão Estratégica e Supervisão Especializada, do Meio Circulante, de Monitoramento do Sistema Financeiro, de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos, de Operações do Mercado Aberto, de TI, de Regulação do Sistema Financeiro e o de Supervisão de Conduta. Além disso, vai participar a procuradoria-geral do BC. A dedicação dos profissionais será parcial nesse grupo.
*Este conteúdo foi originalmente publicado pelo portal parceiro Blocknews.
Leia também:
Marco legal das criptomoedas é (enfim) aprovado na Câmara
Executivos defendem regulação de cripto sem criar barreiras à inovação
Presidente do BC prevê carteira de dados e economia tokenizada
Itaú entra em tokenização de ativos, com nova unidade de negócio