
A Thomson Reuters, provedor de serviços de informação para negócios, acaba de aderir à fintechzação com o lançamento de um banco digital em parceria com o Modal. A solução nasce integrada ao software Domínio, voltado para escritórios e profissionais de contabilidade.
A solução foi anunciada no primeiro dia do Sinergy 2022 Soluções Domínio, evento proprietário da multinacional de tecnologia para os profissionais contábeis, que acontece a cada dois anos.
Entre os próximos lançamentos do banco digital da Thomson Reuters está a oferta de crédito consignado, em parceria com a fintech brasileira Paketá. Na prática, a multinacional se torna o mais novo parceiro da Base39, unidade recém-criada pela fintech e que já tem acordos com outros 10 agregadores, conforme contou nesta semana o fundador e CEO, Fabian Valverde.
Aliás, na entrevista ao Finsiders, o empreendedor revelou que anunciaria um “agregador gigante”, mas por questões de contrato ainda não tinha autorização para citar o nome do parceiro.
De acordo com a Thomson Reuters, a solução de consignado será disponibilizada a pequenas e médias empresas e seus colaboradores, e mais detalhes desse novo produto serão divulgados em outubro deste ano.
Simplificação
Inicialmente disponível para mais de 1 mil escritórios contábeis e seus clientes diretos no Brasil, o banco digital permite que os escritórios e contadores atuem de forma mais consultiva e estratégica, diz a companhia, em nota.
Para as empresas, a solução de banking simplifica o acesso a serviços e produtos bancários, além de simplificar a gestão financeira e contábil dos negócios.
Com o banco digital, as transações bancárias que ocorrerem na conta dos clientes do escritório, sejam pagamentos ou recebimentos, passam a gerar lançamentos automaticamente para o sistema contábil. Guias de tributos também podem ser enviadas diretamente ao banco digital pelo escritório, para pagamento direto pela aplicação.
“A integração e automação que Thomson Reuters Digital Banking proporcionam são o impulso necessário para uma contabilidade 100% digital e um papel ainda mais consultivo dos profissionais. Contabilidade e banco digital agora são um só”, disse Marcondes de Borba, vice-presidente do segmento de tax & accounting professionals no Brasil, em nota.
Para o Modal, é a oportunidade de ampliar o alcance da sua solução, tornando menos burocrático o acesso a serviços bancários digitais essenciais e a todo ecossistema de bem-estar financeiro do banco, segundo André Lauzana, sócio e membro do Comitê Executivo. “Assim, atuamos para que pequenos e médios negócios possam prosperar com base em uma visão atualizada, simplificada e transparente de sua gestão financeira e contábil”, afirmou ele, também em nota.
Os contratos com Modal e Paketá não são os primeiros firmados pela multinacional para avançar no ‘embedded finance’. Há um ano, a companhia havia anunciado a integração com a solução da catarinense Conta Azul.
Contabilidade + banking
Não faltam startups de olho em escritórios contabéis e na íntima relação que os profissionais do segmento têm com as empresas, principalmente as pequenas e médias (PMEs). A norte-americana Intuit vem ampliando sua atuação no Brasil, conforme mostrou o Finsiders em março.
A Omie, ERP na nuvem para PMEs, atua em parceria com contadores pelo Brasil e também tem feito o movimento de adicionar produtos e serviços financeiros ao seu portfólio. Para avançar nessa frente, inclusive, comprou o banco digital Linker em novembro do ano passado por R$ 120 milhões.
A própria Conta Azul adquiriu, também no fim do ano passado, a plataforma de banking as a service (BaaS) Swipe. Já a Contabilizei está ampliando a oferta de produtos e serviços financeiros — um dos parceiros é o banco digital BS2, especializado em PJ.
(Com Fintechs Brasil)
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