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Guiabolso, comprado pelo PicPay, será encerrado em novembro - Finsiders

Guiabolso, aplicativo de gestão financeira comprado no ano passado pelo PicPay, será encerrado em novembro. Todos os serviços e ferramentas já foram integrados ao PicPay, que acabou de colocar no ar, inclusive, a seção “Minhas finanças” no app, uma espécie de “mini-Guiabolso”.

“Todos os produtos e serviços do Guiabolso já estão no PicPay e esperamos isso acontecer para desligar o app. Agora já concluímos a integração e ampliamos o portfólio de serviços do PicPay. O próximo passo é fazer com que toda a jornada do usuário esteja mais fácil e personalizada com a tecnologia do Open Finance”, diz Thiago Alvarez, que fundou o Guiabolso ao lado de Benjamin Gleason e executivo responsável pelo Open Finance no PicPay.

Em nota, a fintech disse ao portal Finsiders que os usuários do Guiabolso serão avisados na próxima semana e a descontinuação do app será realizada no decorrer do próximo mês. Por ser dono dos dados bancários, o usuário poderá fazer o download das suas informações e terá acesso a uma planilha com os dados consolidados e categorizados, assim como estava no app.

Para realizar esse procedimento, basta acessar o aplicativo do Guiabolso e fazer o download na aba “extrato”. Os dados armazenados no app serão excluídos ou anonimizados, seguindo as regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Fundado em 2012, o Guiabolso foi precursor do Open Finance e da premissa de que o usuário é dono dos seus dados bancários e pode utilizá-los para conseguir produtos e condições melhores, como um crédito mais acessível. Além do aplicativo, a fintech montou um marketplace de serviços financeiros e chegou a construir uma plataforma de crédito pessoal, o Just, que foi vendido no fim de 2019 ao banco BV.

Ao longo de sua trajetória, o Guiabolso enfrentou questionamentos sobre o modelo de acesso aos dados bancários. Em 2016, por exemplo, o Bradesco entrou com um processo judicial contra a companhia alegando, entre outros itens, falta de segurança. Somente quatro anos depois, em outubro de 2020, o banco desistiu do processo com uma assinatura de um acordo firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

‘Challengers’

Em agosto do ano passado, o PicPay anunciou a compra do Guiabolso, em uma operação de valor não revelado. A negociação foi rápida e o deal, fechado em cerca de três dias, conforme contaram Thiago e Eduardo Chedid, VP de serviços financeiros do PicPay, em entrevista ao Finsiders. A aquisição não surpreendeu, dadas as sinergias entre os negócios, dois ‘challengers’ como a dupla comentou na ocasião.

Apesar disso, analistas e executivos de mercado especulavam na ocasião que o Guiabolso vinha tendo dificuldade para monetizar o aplicativo de gestão financeira, com foco nas pessoas físicas. Tanto é que construiu uma solução B2B. A respeito da crítica de que a fintech não vinha tendo bom resultado com sua operação B2C, Thiago disse na época: “se olharmos a receita por usuário no Guiabolso, ela é grande”. Quando vendido ao PicPay, o app tinha mais de 6 milhões de usuários.

‘Hub de Open Finance’

Com a aquisição, toda a capacidade tecnológica e de execução do Open Finance construída pelo Guiabolso foi absorvida pelo PicPay. De lá pra cá, o super app expandiu seu marketplace de serviços financeiros com a entrada de cinco parceiros na oferta de crédito e também aderiu à fase 2 do Open Finance.

Recentemente, o PicPay inaugurou o que chama de “hub de Open Finance” e também lançou a ferramenta de gestão financeira dentro do app, como Thiago havia contado ao Finsiders no início do mês. Outro projeto em andamento na companhia é o de iniciação de pagamentos, que faz parte da fase 3 do Open Finance. “Vamos entrar também em iniciação de pagamentos”, revelou o executivo, ao Finsiders.

Com mais de 71 milhões de usuários registrados, sendo mais de 32 milhões de clientes ativos, o PicPay atua hoje em cinco frentes: serviços financeiros para PF; serviços financeiros para PJ; marketplace financeiro; PicPay Store; e, recentemente, entrou em cripto e Web3. A estratégia é ser um super app, se inspirando no exemplo bem-sucedido do WeChat, na China.

Nubank e Olivia

Num movimento semelhante, em junho deste ano o Nubank também decidiu encerrar o aplicativo de gestão financeira Olivia, comprado pelo banco digital em novembro do ano passado. A plataforma e os serviços da fintech foram integrados ao Nubank.

Antes da compra pelo neobank, a Olivia também vinha avançando na vertical B2B, a exemplo do Guiabolso. Agora, esse nicho de mercado está sendo ocupado por players como BelvoPluggyKlaviQuanto, entre outros.


Finsiders é uma plataforma de conteúdo especializada no ecossistema de fintechs, fundada pelo jornalista Danylo Martins