Nomad compra Husky para aumentar receita e atingir novos públicos

O valor da operação entre Nomad e Husky não foi revelado, mas está sendo paga em duas partes -- uma em dinheiro à vista e outra em ações

Em um novo movimento para ampliar seu portfólio e incrementar a receita, a Nomad — fintech que busca facilitar o acesso dos brasileiros a uma vida financeira global — acaba de anunciar a aquisição de 100% da Husky, fintech de remessas internacionais que facilita o pagamento de brasileiros que trabalham para o exterior.

O valor da operação não foi revelado, mas o negócio está sendo pago em duas partes — uma em dinheiro à vista e outra em ações. A fintech tem recursos no caixa. Em maio, a Nomad levantou US$ 32 milhões, sendo avaliada em mais de R$ 1 bilhão.

Além de aumentar a receita, a aquisição da Husky tem como objetivo acelerar a proposta de valor da marca, escalando o negócio em termos de pagamentos e transferências de qualquer país do mundo, explica a Nomad, em nota. Com a aquisição, o volume mensal de transferências internacionais da fintech dobra, diz a companhia.

“Com a aquisição da Husky, aumentamos a nossa oferta de soluções e atingimos novos públicos, consolidando cada vez mais a Nomad como a melhor e mais completa opção para uma vida financeira global”, diz Lucas Vargas, CEO da Nomad, no texto.

Segundo o executivo, a união da plataforma da Nomad com a da Husky possibilitará a criação de um ambiente único de serviços internacionais. “Além disso, poderemos incrementar a receita da Nomad, trazendo não somente novos clientes, mas também recorrência, proveniente de pessoas que recebem seus salários mensalmente.”

Fundada em 2016 pelo desenvolvedor de software Maurício Carvalho e pelo cientista da computação Tiago Santos, a Husky já movimentou R$ 2,7 bilhões em pagamentos internacionais e caminha para atingir a marca dos R$ 3 bilhões ainda neste ano, um crescimento de 300% em relação ao volume total processado até o momento pela facilitadora de remessas.

Tiago Santos, CEO da Husky; Lucas Vargas, CEO da Nomad; Maurício Carvalho, CTO da Husky (Foto: Divulgação/empresas)
Tiago Santos, CEO da Husky; Lucas Vargas, CEO da Nomad; Maurício Carvalho, CTO da Husky (Foto: Divulgação/empresas)

Conforme afirma Tiago Santos, fundador da Husky, a fintech adiciona bilhões de reais movimentados por ano ao fluxo da Nomad. “Um volume que cresceu 20 vezes nos últimos 2 anos, acompanhado de receita e clientes ativos. São dezenas de milhares de pessoas que usam a Husky todos os meses. E a confiança da Nomad no nosso trabalho nos motiva a seguir acelerando mais e mais o nosso negócio”, diz, em nota.

Momento

Com aproximadamente 1 milhão de downloads e 500 mil contas abertas — das quais, cerca de 200 mil são de clientes que já fizeram alguma transação na plataforma —, a Nomad espera chegar ao ano que vem com algo entre 1 milhão e 2 milhões de contas.

Recentemente, a fintech ampliou o portfólio de investimentos, se prepara para entrar no mercado de crédito e vai lançar também produtos em moeda local, revelou Lucas Vargas, CEO da empresa, em entrevista no mês passado ao Finsiders.

A Nomad também não escapou ilesa da crise que atinge o mercado de startups, inclusive fintechs. A empresa precisou fazer um corte na equipe para enfrentar o cenário turbulento. “Com a virada do mercado, decidimos ser mais cautelosos e estender o ‘runway'”, reconheceu Lucas. “Seguimos crescendo a base e desenvolvendo novos produtos, com foco em rentabilização.”

Mercado

A aquisição da Husky pela Nomad não é o primeiro movimento recente de M&A envolvendo players de conta global e investimento nos EUA. Em julho, a Avenue Securities teve 35% do negócio comprado pelo Itaú Unibanco.

No mês passado foi a vez da Sproutfi, plataforma de investimento nos EUA desenvolvida para a América Latina, anunciar a compra da carteira de clientes no Brasil da Passfolio — que encerrou suas atividades.

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