O mercado global de criptomoedas passa por uma crise de confiança, alimentada por polêmicas e quedas envolvendo dois dos maiores nomes do segmento – a FTX e a Binance. Entretanto, para o Mercado Bitcoin, o momento é de pensar alguns passos à frente.
“Temos um plano, um jogo de longo prazo. A gente entende que existem momentos de crise, de discussão no setor, mas isso serve para evoluir o setor”, afirmou o CEO da companhia, Reinaldo Rabelo, em entrevista ao Startups, portal parceiro do Finsiders.
Reinaldo participou de um dos paineis no primeiro dia do South Summit Brazil, em Porto Alegre, onde discutiu com a CEO do Ebanx, Paula Bellizia, sobre as transformações que as fintechs estão trazendo para o mercado brasileiro.
Entretanto, fica inevitável não querer saber a visão de uma das referências nacionais sobre o turbulento cenário internacional vivido pelas empresas de cripto. Apesar do momento delicado, Reinaldo acredita na recuperação do mercado, inclusive lembrando de outros episódios que colocaram a credibilidades das criptomoedas em cheque.
“Já tivemos no passado casos como os da Bitmax, mas o mercado se levantou de novo. Acreditamos que é uma situação momentânea, e logo voltamos ao fluxo normal da criptoeconomia”, avalia o executivo.
A gente entende a animação, mas vale colocar algumas coisas em perspectiva. Apesar do mercado cripto não ser nenhum estranho às crises e perdas de capital, a queda da FTX abriu um precedente em termos de escala do prejuízo, chegando na casa dos bilhões. O barulho foi tão grande, a ponto de acionar reguladores norte-americanos para acompanhar o mercado de criptoativos.
A mais recente evolução deste movimento foi o cerco que o governo norte-americano está fazendo sobre a Binance, em meio às alegações de fraudes e ligações da companhia com o governo chinês. “O que muda é que a cada ciclo de crise, o mercado está maior, então se sente mais”, pontua Reinaldo.
Problema geral
Apesar das notícias que chegaram como um baque no criptomercado, Reinaldo acredita que a retração dos investimentos não é algo exclusivo do seu segmento, e sim do mercado financeiro como um todo. “Vivemos um inverno de investimentos, as pessoas estão tirando recursos de ativos de risco para investimentos mais seguros, então não estamos crescendo no momento”, avalia o CEO.
Mesmo assim, durante o seu painel, ele falou sobre a trajetória de mais de 10 anos do Mercado Bitcoin, e de como a empresa tem se adaptado para aguentar as intempéries de um mercado volátil como o de cripto. Embora ela tenha o nome Bitcoin na sua marca, hoje a empresa opera em sua plataforma cerca de 200 tipos de criptoativos, de moedas conhecidas a stablecoins, e até já investiu em novos tipos de produtos financeiros.
“Hoje temos inclusive serviços como a antecipação de fluxos de recebíveis através de tokens”, destacou Reinaldo, durante o painel, ao comentar como a empresa diversificou seu portfólio ao longo dos últimos anos.
Ao falar de expectativas, durante o painel, Reinaldo destacou que investidores devem ainda se preparar para alguns meses de inverno, mas não é para perder o ânimo. Segundo ele, a crise de confiança atual pode passar mais rápido, inclusive.
“O mercado está menos aquecido, mas não sentimos de fato uma redução em comparação a outros ciclos de crise, quando as criptomoedas tinham mais desconfiança. Esperamos inclusive, que quando o mercado retormar, ele atinja níveis maiores do que vimos antes deste inverno atual”, finaliza.
*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups.
Leia também:
Instituição de pagamento da Bitso recebe aval do BC para operar
Coinbase chega oficialmente ao Brasil com plataforma integrada ao Pix
Marco legal das criptomoedas é sancionado e entra em vigor em 180 dias