Open Finance evolui e novos casos de uso ganham tração

Um conteúdo Celcoin

Finsiders Live "Novas formas de pensar o Open Finance". Foto: Reprodução/YouTube Finsiders
Finsiders Live "Novas formas de pensar o Open Finance". Foto: Reprodução/YouTube Finsiders

Um conteúdo Celcoin

A indústria financeira brasileira passou por diferentes transformações ao longo dos anos recentes — o Pix e os canais digitais para transações bancárias, por exemplo, ganharam força, enquanto diversas fintechs contribuíram para o acesso de milhões de pessoas ao sistema com tecnologias mais acessíveis. Com a implementação do Open Finance, a evolução do setor deve mudar de patamar nos próximos anos e décadas, com benefícios concretos para o consumidor final.

Em fevereiro, o sistema no país completou dois anos, com números de respeito. Até aquele mês, foram 15 milhões de clientes únicos e 22 milhões de consentimentos ativos, com 800 instituições participantes, a exemplo de bancos, fintechs e cooperativas de crédito. Neste momento, a indústria tem o desafio de quantificar, na prática, os benefícios de o cliente conceder a autorização para as empresas participantes terem acesso às suas movimentações.

Para Danillo Branco, CEO e cofundador da Finansystech, como se trata de uma proposta nova, as empresas primeiro observavam para entender o funcionamento na prática. “Não havia clareza sobre o que seria o Open Finance. A economia e a forma de consumo mudam muito rápido, de forma vertiginosa”, disse o empreendedor, que participou da live organizada neste mês pelo Finsiders, com patrocínio da Celcoin. Agora, as companhias começam a implementar soluções de forma gradativa, com destaque para produtos de crédito, afirmou Danillo.

‘Passos largos’

Segundo Thiago Zaninotti, Chief Technology Officer (CTO) da Celcoin, o Open Finance vem ganhando tração com o passar do tempo. Com uma grande população carente de serviços financeiros, o executivo acredita que modelos importados de outros países evoluem rapidamente quando adotados no Brasil.

“Tivemos um tempo de ajuste, e, hoje, já começamos a ver as empresas não financeiras a trazer o Open Finance para consumir dados e fazer transações fora do ecossistema bancário tradicional. É uma nova fase em que a gente deve ver a conexão de todas as IFs [instituições financeiras] com o Pix e os demais ‘milestones’ que serão entregues”, afirmou Thiago, na live.

Conforme ele explica, tanto os players incumbentes, quanto os bancos e fintechs, já têm introduzido conectores do sistema, para melhorar a experiência do consumidor em ações do dia a dia, como no pagamento de uma conta, por exemplo. “Estamos dando passos bem largos se compararmos com a Europa.”

De acordo com a Allied Market Research, o mercado global de Open Banking deve movimentar cerca de US$ 124 bilhões em 2031. Ao que tudo indica, o Brasil tem potencial para figurar como um importante mercado. Em janeiro, o estudo Global Open Finance Index, da Open Banking Excellence (OBE) em parceria com a Universidade de Oxford, projetou que o Brasil deve substituir o Reino Unido na liderança do setor no máximo até 2024.

Na prática

No Banco Mercantil, por exemplo, uma proposta inovadora a partir do compartilhamento de dados via Open Finance veio com a ferramenta de quitação de pendências dos usuários: se tiver uma dívida, o cliente pode usar o dinheiro de um outro banco para realizar o pagamento. Assim, tem seu nome rapidamente liberado em caso de restrição. A solução funciona a partir da iniciação de transação de pagamento (ITP).

“Esse é um dos cases que exemplifica a resolução de problemas para o cliente. A terminologia ‘Open Finance’ ainda é desconhecida, mas quando você coloca que ele [consumidor] pode pegar recurso em outro banco, ele não precisa tomar dinheiro [emprestado]”, citou Andressa Tavares, especialista de estratégia digital do Banco Mercantil, que tem 6,7 milhões de clientes, sendo a maior parcela formada por pessoas com idade superior a 50 anos.

Na visão de Rodrigoh Henriques, diretor de inovação da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), as instituições estavam atentas primeiro à parte regulatória do sistema, para posteriormente pensar em possíveis casos de uso. “Então, se alguém pedir para compartilhar os dados, eu tenho que ter essa possibilidade. Tenho que fazer uma gestão do consentimento. Preciso garantir que isso seja privado”, afirmou.

Por um lado, esse caminho dificultou a visão sobre a real dimensão do que engloba o Open Finance, avalia o especialista. Por outro, o ecossistema compreendia o modelo como uma ferramenta para apenas aprimorar a oferta de crédito, sendo que as possibilidades são inúmeras. “Quando você tem a figura nova do iniciador de pagamentos, abre a possibilidade de criar essa interface, essa camada de usabilidade, em qualquer lugar, em qualquer experiência de compra e rede social.”

A iniciação de pagamentos tem sido encarada por especialistas no setor como transformadora para o Open Finance entrar, de fato, no dia a dia dos clientes. Na prática, o serviço torna mais simples, rápida e fluida uma transação de pagamento via Pix, eliminando o famoso ‘copia e cola’, em ambientes não bancários, como e-commerces, marketplaces e outras plataformas. Apesar do potencial, a experiência ainda é “desafiadora”, na avaliação de Thiago, da Celcoin.

O executivo explica que as companhias ainda têm certo receio de aplicar o ITP nas transações, porque existe a probabilidade de queda na taxa de conversão das vendas. “Os bancos já colocam o Open Finance como uma quarta experiência no app, para trazer recursos de outro banco em um ambiente seguro e controlado. O próximo passo é incentivar esse uso em mar aberto, nos locais que a gente entende que ele [cliente] vai se beneficiar.”

Esse fluxo, inclusive, oferece mais segurança para o consumidor na ponta, visto que as transações realizadas por meio da iniciação de pagamento seguem um trilho regulatório, lembra Thiago. “Se tiver algum problema de fraude, ele [cliente] vai ter proteção desse arcabouço.”

Assista ao vídeo completo “Finsiders Live: Novas formas de pensar o Open Finance”




    Conheça a solução da Celcoin