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PicPay assume meta de protagonizar Open Banking com a compra do Guiabolso; negócio amplia seu marketplace de ofertas

O PicPay anunciou hoje a compra do Guiabolso. O CEO foi direto ao assunto ao explicar porquê comprou 100% da fintech precursora do Open Banking no país. “A aquisição visa posicionar o PicPay como protagonista do open banking, além de acelerar a nossa operação de marketplace financeiro, que já conta com cartão, crédito pessoal e empréstimo entre pessoas”, disse José Antonio Batista.

O valor do negócio não foi informado, mas segundo a Reuters, envolveu dinheiro e ações. Aliás, falando em ações, o PicPay anunciou há alguns dias que desistiu di IPO nos Estados Unidos, porque a avaliação dos potenciais investidores ficou abaixo das suas expectativas.

Agora, com o Guiabolso, fundado em 2012, agigantará ainda sua posição no mundo das transações digitais. O portal de finanças pessoais tem 6 milhões de usuários e R$ 1 bilhão em créditos concedidos por meio de parceiros na plataforma. O PicPay se define como empresa de tecnologia e maior plataforma de pagamentos do Brasil, com 55 milhões de usuários cadastrados.

“O Guiabolso e o PicPay são líderes da transformação pela qual o sistema financeiro vem passando e agora, juntos, vão dar mais um passo na missão de melhorar a relação das pessoas com o dinheiro e revolucionar o sistema financeiro brasileiro”, acredita Thiago Alvarez, fundador do Guiabolso, e que se juntará ao time do PicPay como diretor responsável por open banking.

Com a operação, o PicPay traz para o seu ecossistema a expertise tecnológica, de inteligência de dados e de execução do open banking do Guiabolso, que por sua vez agora conta com um marketplace financeiro consolidado, com mais de dez parceiros e nomes como Creditas, BV, Digio, Icatu e Órama.

O PicPay amplia também o seu leque de parceiros na distribuição de cartões, empréstimos, seguros e investimentos, com grande potencial de escala por meio da oferta desses produtos a seus mais de 55 milhões de usuários cadastrados, disse a plataforma em nota.

“O Guiabolso foi o pioneiro no Brasil em agregar contas, conseguir reunir as informações de diferentes locais num ambiente só. Então dá essa visibilidade, que é um pouco do que se terá de benefícios daqui para frente com o Opening Banking regulado”, diz o especialista Bruno Diniz.

Novos casamentos a vista

Com esse movimento, lembra o especialista, o PicPay tirou um pouco de campo a ideia do IPO para anunciar hoje um negócio complementar para seu ecossistema. “Não vejo a aquisição como forma de ampliar o número de clientes, há muita sobreposição com o Guiabolso. Mas o negócio posiciona melhor o PicPay no que podem entregar de valor para os próximos clientes que estão chegando – e para os atuais também”, afirma Diniz.

De acordo com Diniz, o PicPay está se tornando um player cada vez mais significativo no ambiente de fintechs, seja pelo número de clientes – está na briga com o Nubank mas já passando – seja pelo peso muito grande que tem em termos de valor.

“Esse movimento do PicPay reforça a possibilidade de grandes ecossistemas mirarem em outros players complementares às suas jornadas de se tornar em um ecossistema cada vez mais amplo”, diz Diniz. De fato, recentemente ocorreram outros arranjos parecidos ao do PicPay com o Guiabolso, caso da Creditas comprando o Minuto Seguro, a Ame Digital comprando a Nexos e outras empresas de infraestrutura, como é o caso da Bit Capital.

“Creio que os casamento sperfeitos vêm exatamente disso, de players que estão com ambições de se tornarem grandes ecossistemas, complementando os seus com as aquisições”.

Bruno Diniz, da Spiralem