SEGURANÇA DIGITAL

Práticas irregulares e fraudes estão na mira da Abecs

Entidade identificou quatro situações irregulares envolvendo saque com limite do cartão de crédito

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Open | Imagem gerada por IA/Adobe

A Abecs, associação que representa empresas de meios eletrônicos de pagamentos, está conduzindo três iniciativas com a intenção de melhorar a eficiência do setor e padronizar processos e informações. Entre os projetos estão a investigação de práticas irregulares com cartões e gestão unificada de fraudes.

A associação montou um grupo de trabalho para identificar práticas irregulares na indústria. O primeiro caso observado pela entidade está relacionado ao saque com limite do cartão, o que muitas vezes acaba sendo usado em situações de agiotagem. “Identificamos mais de 500 ocorrências e investigamos quatro delas”, afirmou Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil, em entrevista coletiva da Abecs.

De acordo com o executivo, eram quatro estabelecimentos comerciais que emprestavam dinheiro a partir da transação com cartão, aplicando uma taxa de desconto. “Obviamente isso é uma prática irregular. Foram quatro casos em que fizemos investigação física e descredenciamos os estabelecimentos”, disse Marcelo. Segundo ele, agora o objetivo é ampliar esse projeto-piloto, assim como avaliar outras práticas irregulares que já estão sendo mapeadas. Porém, ele não quis falar quais.

Gestão de fraudes

Em outra frente, a Abecs está desenvolvendo um sistema de compartilhamento de informações sobre fraudes entre os diferentes participantes da indústria de cartões. O plano é se antecipar à inclusão desse mercado na resolução conjunta 6, do Banco Central (BC), que por ora não abarca as empresas de cartões.

De acordo com Adriana Umeda, diretora executiva de Risco da Visa Brasil, a primeira etapa do projeto, que envolve uma base de dados de comércios, deve ser lançada “o mais rapidamente possível”. “Essa primeira leva é uma watch list, que pode ser alimentada pelos credenciadores e consultada sempre que necessário”, afirmou a executiva, durante a coletiva. As outras duas fases do projeto, segundo Adriana, envolvem uma lista de observação de portadores de cartões e a comunicação de ameaças ativas.

Além disso, num esforço conjunto da indústria, há um projeto para auxiliar a indústria na padronização de serviços e homologação de empresas para prestação de serviços de fiscalização e auditoria de participantes do setor. “As três iniciativas em curso vão trazer ganhos de simplicidade e padronização para o setor como um todo. Vamos competir onde devemos competir, e vamos ser eficientes onde não precisamos competir.”