Cerc, Cora, Omie e Pismo. Segundo a empresa de inovação Distrito, essas são atualmente as quatro fintechs entre dez startups com mais chances de virar unicórnio – Alura, Evino, Flash, Órigo Energia, Solfácil e PetLove completam a lista. A lista “corrida dos unicórnios” é divulgada anualmente pela consultoria. Atualmente, existem 23 startups que valem mais de US$ 1 bilhão no Brasil.
As fintechs também lideram a lista das Top 50: são 34% do grupo das que reúnem condições de chegar a essa marca porque estão em um mercado de alto potencial, possuem modelos de negócio claros e validados, já receberam um montante elevado de investimento e contam com potencial para crescer e obter novos aportes que elevem seu valuation até US$ 1 bilhão, ainda com capital fechado. Juntas, essas empresas receberam quase US$ 5 bilhões em investimento.
Juntas, as dez startups receberam ao todo pouco mais de US$ 1,4 bilhão de investimentos em 38 rodadas. Em meio a uma queda nos investimentos em startups, o Distrito aponta que é pouco provável nascerem novos unicórnios no Brasil em 2023. O volume de investimentos caiu de US$ 9,8 bilhões em 2021 para US$ 4,46 bilhões em 2022. Com isso, no ano passado apenas duas empresas atingiram a marca de unicórnio, as fintechs Neon e Dock, enquanto que em 2021 foram 10.
“O momento é complexo para todas as empresas de tecnologia no mundo e, no Brasil, não é diferente. Além da restrição de capital, a seletividade dos investidores ficou radicalmente maior. Assim, ao longo deste ciclo de ajuste, a probabilidade de surgirem novos unicórnios é baixa. No entanto, continuamos acreditando que o empreendedorismo, tecnologia e inovação serão os principais pilares de desenvolvimento da economia e da sociedade brasileira e, portanto, em algum momento o fluxo de investimento irá retornar com força e os novos unicórnios voltarão a surgir. Importante ressaltar que ser um unicórnio é o reconhecimento por um trabalho incrível de criação de um novo negócio, e não uma meta de vaidade,” explica Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito.
Das 10 candidatas a unicórnio, oito foram fundadas a partir de 2013. Esse é um dado importante. No ano passado, o levantamento do Distrito apresentou o tempo médio que os unicórnios brasileiros levaram para atingir o status. Eles foram divididos em duas gerações principais. No caso da primeira geração, as startups demoraram em média 6,9 anos para se tornar unicórnio. Na segunda geração, o tempo médio foi de 7,7 anos.
No páreo
>> Omie
Data do último funding: 03/08/2021
Valor do último funding: US$ 110.000.000,00 (houve uma extensão deste round sem valor divulgado)
Estágio atual: Série C
Direcionamento de recursos: captação de clientes, ampliação de canais de distribuição, evoluções no produto e ofertas de mais serviços financeiros às PMEs.
Principais Investidores: Astella, SoftBank e Riverwood Capital
>> Cora
Data do último funding: 19/08/2021
Valor do último funding: US$ 116.000.000,00
Estágio atual: Série B
Direcionamento de recursos: concessão de crédito e otimização da operação por meio de novas contratações
Principais Investidores: Ribbit Capital, Kaszek e Greenoaks
>> Cerc
Data do último funding: 06/10/2022
Valor do último funding: US$ 100.000.000,00
Estágio atual: Série C
Direcionamento de recursos: a CERC vai usar os recursos para se tornar um ‘one-stop shop’ de infraestrutura de mercado: além do que já faz (o registro de ativos), a CERC está pleiteando junto ao BC se tornar uma depositária e uma clearing – e eventualmente pretende se tornar um marketplace para duplicatas, recebíveis de cartão, recebíveis do agronegócio, títulos bancários e recebíveis imobiliários. A CERC também tem projetos embrionários para dados que ajudem seus clientes na concessão de crédito para empresas, bem como produtos baseados em blockchain (por exemplo, infraestrutura para tokenização de ativos).
Principais Investidores: Parallax Ventures e Valor Capital Group
>> Pismo
Data do último funding: 19/10/2021
Valor do último funding: US$ 108.000.000,00
Estágio atual: Série B
Direcionamento de recursos: a empresa planeja expandir para além da América Latina, bem como “acelerar o desenvolvimento” de tecnologias para bancos, pagamentos e infraestrutura de mercados financeiros. A Pismo já tem clientes na Ásia e planeja abrir escritórios nos Estados Unidos (em Austin, Texas) e no Reino Unido (em Bristol).
Principais Investidores: SoftBank, Accel e Amazon
*Este conteúdo foi originalmente publicado no Fintechs Brasil.
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