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A Sinqia acaba de anunciar a compra da QuiteJá, fintech de renegociação de dívidas e cobrança, numa operação que marca a entrada da empresa de tecnologia neste mercado.
A companhia pagará um total de R$ 38,25 milhões — metade em dinheiro, metade em ações –, informou em comunicado ao mercado. Pelo acordo, a Sinqia ficará inicialmente com 51% do capital da empresa curitibana e poderá adquirir a fatia remanescente por meio de exercícios de opções de compra em 2024 e 2025.
É o primeiro deal assinado pela empresa desde que levantou R$ 400 milhões por meio de um follow-on, em setembro.
“Esse foi um processo fundamental para o financiamento dessa transação, que reafirma nosso propósito de crescimento e inovação contínua”, explica Bernardo Gomes, CEO e fundador da Sinqia, em comunicado à imprensa.
Segundo o executivo, a aquisição chega para fortalecer a unidade Sinqia Digital, complementando os serviços oferecidos nas verticais de bancos e consórcios. “Esse é um mercado bastante promissor, movimenta bilhões de reais no Brasil, e seguimos comprometidos em entregar sempre o que há de melhor para nossos clientes.”
Fundada em 2016 em Curitiba (PR), a QuiteJá nasceu com o objetivo de transformar a negociação de dívidas, com uso de inteligência artificial (IA).
Desde o início das operações, a fintech soma mais de 2 milhões de acordos por meio de sua plataforma e já concedeu aproximadamente R$ 3,7 bilhões em descontos aos seus clientes. Além disso, recuperou mais de R$ 222 milhões nos últimos 12 meses encerrados em junho.
Seus parceiros são bancos, fintechs, e-commerces, varejistas, consórcios, financeiras e securitizadoras. Estão na lista nomes como Santander, Pernambucanas, Porto Seguro, Digio, Casas Bahia, Geru, Mercado Livre, Banco Pan, entre outros.
A estratégia de M&A da Sinqia tem sido recheada de operações nos últimos meses. Em julho, a empresa fechou a compra da divisão de administração de previdência da Mercer Brasil por R$ 35 milhões.
Naquele mesmo mês, em outra frente, a fornecedora de soluções para o setor financeiro assinou um cheque para a fintech Celcoin no valor de R$ 15 milhões, no primeiro aporte direto feito pelo Torq Ventures, programa de Corporate Venture Capital (CVC) da Sinqia.
Em março, a companhia divulgou duas aquisições de uma vez: a Simply, especialista em soluções para automação de processos, como onboarding; e FEPWeb, que tem soluções para formalização de transações digitais.
No segundo trimestre, a Sinqia teve lucro líquido ajustado de R$ 12,6 milhões, 3x maior ante igual período de 2020. O Ebitda ajustado bateu recorde de R$ 19,7 milhões, mais do que o dobro na mesma base de comparação. A empresa fechou o trimestre com quase 500 clientes, mas já ultrapassou essa marca, conforme indica o comunicado ao mercado.
A ofensiva da empresa no mercado de renegociação de dívidas se justifica, num país que passa de 60 milhões de negativados, sem contar os 34 milhões de desbancarizados. Outros players também vêm avançando no segmento. Basta lembrar que a Boa Vista comprou o Acordo Certo em dezembro do ano passado.
Em renegociação de dívidas, além de QuiteJá e Acordo Certo, disputam espaço fintechs como QueroQuitar, BLU365 (antiga Kitado), Uffa, emDia (do Santander) e Adimplere. Nomes tradicionais, como a Recovery (do Itaú), também vêm ampliando o investimento em canais digitais.
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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
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