A SRM Asset, especializada em fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), segue em busca de fatias de fintechs com propostas fora da curva. Depois de assumir participações acionárias em cinco startups de finanças – Bom Capital, Broadfactor, Acredite Bank, TuTu Digital e Openbox –, nos últimos 12 meses, a gestora negocia com outras dez e pretende contar com 20 a 25 startups de finanças em sua carteira de investidas até o fim do primeiro trimestre de 2023.
“Dos 500 milhões de reais destinados à compra de posições minoritárias, ainda dispomos de cerca de 320 milhões. Conversamos com mais de 200 fintechs ao longo dos últimos cinco meses e estamos acompanhando atentamente as 30 mais promissoras”, diz o administrador de empresas André Szapiro, de 22 anos, que responde pelo comando da SRM Ventures, e concedeu entrevista o portal Fintechs Brasil, parceiro de conteúdo do Finsiders.
Lançada em julho – oito meses após a primeira parceria firmada pelo grupo, com a Bom Capital –, a controlada da asset paulista vem mostrando serviço: em apenas dois meses, viabilizou quatro operações. As duas últimas foram acertadas em outubro com a Openbox, que oferece financiamentos para pequenas e médias empresas com ações socioambientais, e a plataforma de crédito TuTu Digital, também voltada a negócios de menor porte. Em troca de participações em seu capital, as duas fintechs receberam injeções de R$ 20 milhões cada e passaram a contar com a plataforma de análise de risco e gestão de crédito da SRM XR, inaugurada em julho de 2021.
“Só injetamos recursos para funding, item que representa a principal dor de cabeça para mais de 90% das startups em estágio inicial. Se a fintech precisar de dinheiro para expansão, terá de recorrer a bolsos de outros investidores”, diz Szapiro, que, como ex-titular da fintech Baduk, de microcrédito, conheceu na pele os problemas enfrentados pelos empreendedores digitais.
Os critérios da casa para a prospecção de negócios valorizam, sobretudo, a especialização e algum grau de validação do modelo de negócio. A SRM Ventures demonstra interesse por fintechs já na estrada e voltadas a propostas e públicos bem diversos, como cafeicultores, produtores de grãos, precatórios, antecipações de pagamentos de processos judiciais e até microcrédito – nicho que, como observa Szapiro, ainda não conta com uma referência em finanças digitais.
“Dois segmentos com muito potencial são os de energias renováveis, no qual já há fintechs de porte, e o agronegócio, ainda muito carente de inovação financeira”, diz ele. “A cadeia do leite também desperta a nossa atenção, pois ainda não tem acesso ao mercado de capitais.”
*Este conteúdo foi originalmente publicado no Fintechs Brasil.
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