O projeto Women Leaders in Fintechs – WLF, que reúne mulheres em cargos de liderança de instituições e empresas, terá início oficialmente no próximo dia 4 de julho, com o evento Liderança Feminina & Equidade, em São Paulo. O movimento nasceu em 2022 com o objetivo de aumentar a representatividade feminina nas startups financeiras do país. A notícia é do portal parceiro Blocknews.
Circulando pelas startups, é possível ver que a necessidade de aumentar a presença de mulheres é real. E há pesquisas que reforçam essa constatação. De acordo com o levantamento Female Founders Report, da Distrito em parceria com a B2Mamy e a Endeavor, 4,7% das startups no Brasil foram fundadas exclusivamente por mulheres, em 2022.
Segmentadas pelo setor de atuação, 8,2% dessas startups representam fintechs. Mas, em algumas áreas sequer há iniciativas fundadas por mulheres. É o caso das soluções de câmbio e de cartão. Outro estudo, esse da Fintech Diversity Radar, de 2021, mostra que somente 1,5% das fintechs no mundo são fundadas unicamente por mulheres.
Em blockchain, o estudo Distrito Blockchain e Criptomoedas Report , de 2020, mostrou que apenas 12,2% dos sócios das 181 empresas do relatório eram mulheres. No entanto, as startups de serviços financeiros em blockchain, o percentual era de 11,9%.
Women Leaders in Fintechs quer ecossistema inclusivo
“O projeto surge como uma resposta à ausência de representatividade e às barreiras enfrentadas pelas mulheres nesse mercado em constante crescimento. Nosso comprometimento é criar um ecossistema inclusivo e diversificado, onde as mulheres possam desenvolver suas habilidades, construir redes de contatos e superar os desafios para avançarem em suas carreiras e ocupar cargos de liderança nas fintechs”, diz Kaliane Abreu, advogada e ex-Head Global de Tributação do Ebanx, primeiro unicórnio da região Sul do país,.
Kaliane idealizou o movimento e convidou Adriana Camargo, responsável por Política Pública da Belvo, principal fintech da América Latina no fornecimento de soluções via open finance. Ambas cofundaram o WLF.
A ideia atraiu também Dayana Uhdre, procuradora do estado do Paraná e autora do livro “Blockchain, Tokens e Criptomoedas, uma Análise jurídica”, e Mareska Tiveron, sócia da área de Fintechs e Startups no Viseu Advogados e ex-diretora Jurídica e de Compliance da Zoop, que atuarão respectivamente como Chief Technology Officer e Chief Knowledge Officer do WLF.
Projeto terá mentorias
As atividades do grupo inicialmente incluirão reuniões mensais sobre liderança e debates técnicos. O plano prevê abrir sessões de mentorias. Além disso, prevê chegar a outros estados por meio de um programa de promoção e ampliação da participação de mulheres no ecossistema de fintechs.
“Apesar da baixa participação feminina na liderança de fintechs, já é sabido que empresas lideradas por mulheres geram mais resultados e são mais inclusivas. Se você é mulher, tem interesse em liderança em fintechs ou é uma investidora anjo comprometida com a equidade de gênero ou um profissional que deseja apoiar a iniciativa, junte-se a nós”, completou Kaliane.
A ideia é que em pouco tempo o grupo promova rodadas de investimentos e comissões técnicas para assuntos relacionados ao ecossistema. Mas, também deverá ter a participação de homens comprometidos com o crescimento da liderança feminina dentro das organizações.
Empresas apoiam o WLF
O encontro de 4 de julho acontecerá no escritório Baptista Luz Advogados, um dos apoiadores do movimento. No painel Liderança Feminina & Equidade estará Ana Godoy, sócia do BTG Pactual, Conselheira do Conselho de Impacto Social da Universidade Unisuam e integrante de grupos de Diversidade, Equidade e Inclusão -DEI. Também estará Ingrid Barth, membro do comitê de Open Finance do Banco Central, fundadora e COO do Banco Linker, primeira mulher presidente da Associação Brasileira de Startups, representante do Brasil no G20 para o grupo de startups e, além disso, é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável (CDESS) da Presidência da República. Kaliane fará a mediação.
Além das mulheres, organização estão aderindo ao movimento por meio de alianças estratégicas como apoiadores institucionais. Entre as empresas parceiras e patrocinadoras estão Ifood, Saint Paul Escola de Negócios, Distrito, IBEF e Bandec. A lista inclui, ainda, GDT Holding, SOVOS, Raketo Venture Market, Brasil Fintech e Empreendabilidade, além do Baptista Luz.