Seria o prenúncio de um ano melhor para as startups brasileiras? A plataforma de gestão de despesas e cartões corporativos Conta Simples acaba de levantar uma rodada Série B de US$ 41,5 milhões, o equivalente a mais de R$ 200 milhões. O anúncio da captação ocorre cerca de um mês depois que a fintech obteve aval do Banco Central (BC) para operar como Sociedade de Crédito Direto (SCD).
O novo aporte chega pouco mais de dois anos após a Série A, quando a Conta Simples levantou R$ 121,4 milhões com o intuito de entrar em crédito. Agora, os planos nessa área devem ganhar corpo. Além de evoluir o produto de cartão de crédito, a empresa mira novas modalidades, incluindo financiamentos e ‘buy now, pay later’ (BNPL).
A Conta Simples quer seguir crescendo “de forma saudável” — a empresa diz ter alcançado o ‘breakeven’ (equilíbrio financeiro) no ano passado. Além disso, o plano é ampliar sua atuação com soluções complementares ao ‘core business’. “A captação abre um leque ainda maior de oportunidades de lançar produtos e implementar melhorias significativas em todos os serviços que oferecemos”, afirma Rodrigo Tognini, CEO e cofundador da fintech, em nota.
Com mais de 30 mil usuários ativos, a Conta Simples atingiu em 2023 um volume total de transações (TPV, na sigla em inglês) de R$ 18 bilhões, sendo R$ 5 bilhões em cartões de crédito. Ao todo, a empresa soma mais de 500 mil cartões emitidos.
A rodada
Na Série B, liderada pela norte-americana Base10 Partners, não houve adição de investidores ao captable. Na realidade, “passou o chapéu” entre quem já investiu no negócio, entre eles, Valor Capital, Jam Fund, Y Combinator, Big Bets, Broadhaven e DOMO.
A empresa não abre o valuation, mas estimativa do site Startups — que tem a Conta Simples como um dos seus investidores — aponta que a fintech foi avaliada entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões. Ao site Brazil Journal, o CEO da companhia disse que o valuation cresceu 230% em relação à última captação.
A rodada teve assessoria dos escritórios WilmerHale, nos EUA, e do FM/Derraik no Brasil.
Competição
No mercado de gestão de despesas, a Conta Simples enfrenta a Clara, que já definiu o Brasil como principal alvo de expansão. Com mais de 3,4 mil clientes no país e um TPV de R$ 1 bilhão por aqui, a fintech fundada no México espera mais do que dobrar a base e multiplicar por 6x o TPV em 2024. A empresa vem avançando cada vez mais entre companhias de maior porte.
A lista de concorrentes não se limita à Clara. Nomes como Portão 3, Jeeves e até a tradicional VR (que comprou a VExpenses) querem uma fatia do bolo.
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