*Por Diego Perez, presidente da ABFintechs
Os novos meios de pagamento como o Pix e as tecnologias que integram dados financeiros, conhecido como Open Finance, trouxeram consigo diversas vantagens. Contudo, a facilidade com que fazemos transações hoje precisam ser seguras, tanto para usuários quanto para as empresas e na esteira dessa evolução, fintechs vêm investindo cada vez mais em cibersegurança.
Em 2018, o Banco Central criou uma resolução (atualizada com outras especificações em 2019 e 2021) que obriga instituições financeiras a implementarem protocolos de segurança mais rígidos, além de contratarem provedores computacionais em cloud. A norma estabelece regras sobre segurança da informação, autenticação, criptografia, prevenção e detecção de intrusão, varredura de vulnerabilidade, controle de acesso à rede dentre outros pontos, fazendo com que não apenas fintechs, mas qualquer instituição do gênero esteja sob a luz da legislação.
A regulação brasileira visa nos proteger de golpes, invasões e sequestro de dados, estes, conhecidos como cibercrimes. Um levantamento da CyberSecurity Ventures, de 2021, mostrou que esses crimes subtraíram dos cofres mundiais cerca de US$ 6 trilhões, valor equivalente à terceira maior economia do mundo. Segundo a Apura Cyber Intelligence, empresa especializada em crimes cibernéticos, o primeiro semestre de 2022 apresentou um aumento de 637% nas tentativas de golpes financeiros com cartões, e o uso de sites falsos para roubo de dados cresceu 67%.
Com o crescimento das fintechs (chegando a 1.289 no primeiro trimestre deste ano, segundo relatório da plataforma Distrito), e das várias categorias as quais elas podem atuar, os recursos para o desenvolvimento de produtos e serviços devem estar alinhados à cibersegurança. Além das regulações citadas, a gestão de conformidade LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), sancionada em 2020, estimula fintechs a investirem ainda mais para evitar vazamentos de dados, dentre outras fraudes.
O ecossistema financeiro está se digitalizando em todo mundo, e as fintechs estão na linha de frente desse processo. A desburocratização das transações financeiras usando inteligência artificial (IA), big data e algoritmos faz com que startups do gênero estejam na vanguarda da cibersegurança. Padrões internacionais de mercado, como a certificação ISO 27001 para segurança da informação, são meios de atestar se uma empresa está comprometida com os seus dados.
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Como o CaaS tem mudado o mercado de crédito no Brasil