Marcelo Romero: Algoritmos de investimentos e os gestores quantitativos

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Pessoas amontoadas, empurrando umas as outras e gritando. Acrescente algumas pochetes e estamos no meio dos anos 90, em um pregão “viva-voz” da Bolsa de Valores. Era nesse cenário de completo “caos organizado” que operadores negociavam papéis que eram levados por aqueles que conseguiam gritar mais alto.

Quando avançamos no tempo e olhamos para a evolução do mercado de investimentos e o modelo de negociação, percebemos como a transição para processos eletrônicos foi natural.

O “boca a boca” não teria permitido que chegássemos às milhões de operações diárias que podem ser realizadas hoje apenas com o clique de um mouse. Já que algumas coisas são apenas humanamente impossíveis.

São diversos os exemplos que eu poderia utilizar para falar sobre como os investimentos estão continuamente evoluindo por conta da tecnologia, mas, como o tempo ruge e a Sapucaí é grande (sim, sou carioca), falemos sobre modelos matemáticos, que hoje são conhecidos como algoritmos de investimentos.

Os algoritmos se tornaram aliados importantes na hora de escolher e alocar recursos.

Além de os algoritmos serem capazes de analisar uma quantidade de ativos substancialmente maior do que a que qualquer pessoa (ou grupo de pessoas) conseguiria no mesmo período, eles não fica suscetíveis a vieses no processo de análise e seleção.

Isso porque, com os algoritmos, as decisões são baseadas em um modelo que possui uma lógica de programação predefinida, um método e um processo quantitativo, executando tudo de acordo com a estratégia escolhida.

No entanto, ao mesmo tempo que os algoritmos de investimentos possuem todas as vantagens acima citadas — e muitas outras –, eles também têm certas limitações, já que, ao serem programados, os modelos estarão direcionados a analisar determinadas informações. É aí que os gestores assumem o comando, pois são eles os responsáveis por eliminar quaisquer fatores qualitativos que não sejam detectados pelo modelo.

Dito isso, o papel de um time de gestão de investimentos quantitativos é a elaboração de algoritmos que tornem seu processo decisório cada vez mais eficiente e assertivo. Durante o ciclo de execução dos algoritmos, os especialistas seguem realizando análises dos dados produzidos para realizar o rebalanceamento dos portfólios.

Agora você pode estar pensando que os algoritmos não fazem tudo sozinho, e a tecnologia ainda não venceu o lado humano, não é? É exatamente isso. Neste cenário, vence quem consegue trabalhar em maior harmonia com a tecnologia, e não quem “grita mais alto”. Hoje quem melhor faz isso são os gestores quantitativos.

Os gestores de investimentos quantitativos definem a estratégia a ser seguida pelos modelos matemáticos por trás dos algoritmos, e irão analisar os dados coletados. O algoritmo é responsável por tornar o processo de gestão de investimentos mais pragmático, possibilitando aos gestores quantitativos a administração de riscos por meio de uma diversificação de ativos sofisticada.

Assim, é possível concluir que, entre outras coisas, a tecnologia melhorou a qualidade de vida dos investidores. Ninguém mais precisa gastar os pulmões para garantir bons investimentos no grito. Os modelos matemáticos ajudam a construir portfólios resilientes.

As opiniões neste espaço refletem a visão dos colunistas, e não a do Finsiders.

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Cripto em cenário de guerra

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Marcelo Romero é diretor de análise quantitativa da Magnetis, gestora digital de investimentos. É administrador de carteiras credenciado pela CVM, com certificação internacional em finanças quantitativas (CQF).

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