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“O bater das asas de uma borboleta no Japão pode causar um tufão nos Estados Unidos.”
O “efeito borboleta” é a ideia de que eventos imprevisíveis são capazes de gerar consequências inesperadas. Mas como poderíamos denominar eventos planejados e com objetivos meticulosamente calculados? Tomei a liberdade de chamá-los de “efeito Twitter”.
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Ainda que você não seja usuário do Twitter, imagino que você conheça Elon Musk. O CEO da Tesla foi manchete quando dois de seus tweets, em junho de 2021, fizeram com que a cotação do Bitcoin caísse (imagens abaixo).
E mais recentemente, Musk voltou a ser notícia com o anúncio de que se tornou o maior acionista do Twitter, desembolsando aproximadamente US$ 2,9 bilhões, para comprar 9,2% da plataforma; e posteriormente com sua oferta para comprar a rede social, com o objetivo de fechar o capital da empresa.
Desde que Musk divulgou sua participação na plataforma, as ações do Twitter (TWTR34) subiram mais de 30%, e sua oferta para comprar todas as ações da rede, avalia a empresa em aproximadamente US$ 43,39 bilhões.
Em sua carta ao conselho do Twitter, Musk apontou que investiu em ações da empresa porque, além de outros motivos, “o Twitter precisa ser transformado em uma empresa fechada.”
O que observamos é que a influência que Musk representa no Twitter é forte o suficiente para que um tweet seu afete a cotação de um determinado ativo: como foi o caso citado acima com o Bitcoin, ou quando ele fez uma enquete que provocou uma queda de 5% nas ações da Tesla em novembro de 2021 (imagem abaixo).
Diante desse cenário, seus tweets já foram pauta até para órgãos reguladores sobre eventuais manipulações de mercado. Já que seu irmão, Kimbal Musk, vendeu uma alta quantia de ações da Tesla um dia antes dos tweets que fizeram as ações caírem.
No fim do dia, independentemente se as ações de Elon Musk foram ou não planejadas, isso deveria fazer pouca diferença para os seus investimentos. Já que quando o “efeito Twitter” ou qualquer outro ruído tem um impacto tão forte nos seus investimentos, o problema prático está na gestão de risco da sua carteira.
Ao investir, é de suma importância entender que existem diversos riscos, e até as aplicações mais conservadoras estão suscetíveis a riscos não mapeados. Daí a importância de uma gestão profissional.
Diversificar é um fator que está ao seu alcance e, quando executado corretamente — de forma quantitativa –, maximiza seus ganhos no longo prazo, mantendo um nível de risco adequado. Desta forma, um ou outro ativo pode ser impactado pelo “efeito Twitter”, mas no geral, nenhuma rede social poderá, sozinha, afetar todos os seus investimentos.
As opiniões neste espaço refletem a visão dos colunistas, e não a do Finsiders.
Leia os textos anteriores do colunista:
ESG e criptoativos: responsabilidade e lucro
Gestão de patrimônio, blockchain e Matrix
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Marcelo Romero é diretor de análise quantitativa da Magnetis, gestora digital de investimentos. É administrador de carteiras credenciado pela CVM, com certificação internacional em finanças quantitativas (CQF).
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