Por Caio Pilato*, para o Finsiders
O sistema de pagamento instantâneo brasleiro, Pix, completa dois anos e não é exagero dizer que o novo método, criado pelo Banco Central, revolucionou a forma com que fazemos pagamento. Não à toa, em apenas dois anos o sistema é o mais utilizado por brasileiros. Os números impressionam: foram feitas 26 bilhões de transações pelos brasileiros pela ferramenta de pagamento instantâneo, com valores atingindo R$ 12,9 trilhões, segundo relatório da Febraban.
Para o mercado financeiro e, especificamente o setor de câmbio, o Pix trouxe disrupção e agilidade. Aquele pagamento do cliente, que antes poderia levar até dois dias, agora ocorre de maneira instantânea, em poucos minutos, o que torna mais rápido o envio de transferências internacionais, além de nos recebimentos do exterior, os players do setor conseguirem realizar os pagamentos durante o dia, e não somente nos horários de corte como acontecia.
Tudo isso trouxe um conforto maior para a mesa de câmbio e até ganhos financeiros, pois se recebemos os reais dos clientes antes do combinado, trabalhamos com esse recurso em aplicação e cumprimos a data combinada previamente. Dessa maneira, conseguimos rentabilizar ainda mais a operação.
Mas o fato é que o melhor ainda está por vir e se chama Pix internacional, que facilitará o processo de envio de dinheiro para fora do país, democratizando e dando conhecimento sobre para muitas pessoas que ainda hoje sentem receio de efetuar esse tipo de transação. Afinal, poucos são aqueles que entendem os códigos e nomenclaturas envolvidos no processo (SWIFT, ABA, ROUTING, ACH, IBAN, entre outros) de câmbio.
No quesito controle, poder trazer maior regulação por parte do Banco Central é mais um ganho ao setor. Temos questões de tecnologia e segurança envolvidas que demandam tempo e estudo, mas temos convicção que o Pix veio para transformar e facilitar as negociações cambiais que são extremamente necessárias, principalmente em um país com diversas regras financeiras, leis antigas e contabilidade complexa, como é o Brasil.
Vejo que essa revolução (ou evolução) deve continuar e, sem dúvidas, só contribuirá para deixar nosso sistema financeiro mais forte e globalizado.
*Caio Pilato é fundador e CEO da fintech WeCambio.
As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo autor do texto.
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