O Ibovespa segue caindo, seus investimentos também? | Luciano Tavares

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O Ibovespa bate mais um recorde, Selic cai e mais CPFs migram para a bolsa.

Esta poderia ter sido uma manchete pré-pandemia. Você acompanhou essa fase? Se, sim, vai poder concordar que quando o bull market começa é difícil resistir, não é?

Se você não passou por isso, vou descrever a atmosfera para você: clima de positividade, todo mundo se dando bem; ninguém quer perder nenhuma oportunidade; discussões interessantíssimas, no almoço e no cafezinho; se está fora da bolsa é porque não sabe de nada; e eu só tomo decisões certas, menos dessa vez, mas não tem problema eu compenso depois; ainda em clima de positividade, a renda fixa morreu…

A euforia começa a passar no momento que o mercado de ações dá o primeiro sinal de queda. Na verdade, a euforia passar não é exatamente um problema, a euforia em si é.

Te explico: em momentos de grande positividade no mercado financeiro, investidores e investidoras costumam tomar mais risco do que o necessário. Assim, quando a bolsa começa a cair, seus prejuízos tomam uma proporção muito maior do que deveriam.

Além disso, se instala um medo com relação ao que vai acontecer no futuro. Ansiedade instantânea. Claro, sempre tem aqueles que dizem “eu tenho caixa”, “agora é hora de comprar mais”, mas será mesmo que quem diz isso está preparado?

Penso nisso porque a pessoa que diz ter caixa quando há queda é a mesma pessoa que diz estar all in quando a bolsa está subindo.

Para estar preparado para momentos de pessimismo e de quedas no mercado financeiro é necessário ter uma estratégia de investimentos bem sólida, e ainda assim, isso não garante que você não tenha perdas.

Desde que a pandemia começou, tem sido uma corrida para encontrar a solução de como ganhar dinheiro com investimentos, estando aqui no Brasil. Mas investir não é uma corrida de 100 metros. Investir é mais parecido com um jogo de xadrez, pois exige de você a compreensão de que vai precisar fazer alguns sacrifícios.

Tendo isso em mente, agora te falo sobre o que tem acontecido com o Ibovespa: seguimos numa maratona de riscos aqui no Brasil, sendo o fiscal o principal propulsor dos resultados atuais.

Em setembro, o Ibovespa fechou em queda de 6,57%, a maior queda desde março de 2020, e agora, outubro segue com alta volatilidade e emplacando quedas de dimensões consideráveis. Só nesta semana, o recuo foi de 7,28%, o maior desde o início da pandemia no Brasil. Enquanto escrevo, o índice está assim:

E, esse cenário se resolvendo rápido ou devagar, fica gravado como característica do nosso mercado. Com isso, os investidores estrangeiros continuarão com uma impressão muito forte de que representamos riscos e só aceitarão permanecer com seus investimentos quando forem recompensados por retornos expressivos.

Apesar disso, é possível conseguir quedas bem mais amenas do que a média do mercado. Como? Segurando as baixas da bolsa brasileira com estratégia, pois, enquanto os investimentos locais são impactados negativamente, proteções e investimentos no exterior podem trazer resultados positivos.

Esse cenário todo mostra que, independentemente do que acontecer no curto prazo, uma estratégia sólida de longo prazo garante uma rota segura. A única forma de conseguir chegar aos seus objetivos é investindo de forma diversificada.

Tomar os riscos certos é importante para que você não deixe dinheiro na mesa, por isso é necessário uma gestão de risco atenta para a sua carteira. Assim, você não toma riscos demais (como no caso dos investidores eufóricos) e nem riscos de menos (como no caso de investidores que ficam migrando todo seu recurso para renda fixa pós-fixada em momentos como esse).

Bem, considero que esta resposta foi parcial porque não tenho certeza de uma coisa: você tem confiança de que está com a melhor estratégia possível?

As opiniões neste espaço refletem a visão dos colunistas, e não a do Finsiders.

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Luciano Tavares é fundador e CEO da Magnetis, gestora digital de investimentos. Administrador de carteiras credenciado pela CVM e planejador financeiro CFP®️, tem mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Fundou a Nest Investimentos e foi VP da Merrill Lynch no Brasil

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