Opinião

O que ainda não falamos sobre embedded finance? O papel das fintechs e as oportunidades na gig economy - Victor Lucena/Rapyd

Victor Lucena*

O conceito do embedded finance, ou finanças embarcadas, está cada vez mais claro até mesmo para o consumidor final. No geral, as empresas já entenderam como funcionam essas soluções de pagamento integrados às suas plataformas de comércio digital e, do outro lado, os usuários estão bem habituados – e confiantes – em usar essas opções práticas, rápidas e intuitivas para adquirir todo tipo de produto, seja físico ou digital.

Esse otimismo em relação às finanças embarcadas pode ser traduzido em números: um estudo do instituto internacional de pesquisa Research and Markets estima que, no Brasil, a receita desse mercado de embedded finance deve ultrapassar 3,7 bilhões de dólares em 2022. Com uma taxa de crescimento anual de 27% entre 2022 e 2029, esse montante deve passar de 13 bilhões de dólares daqui sete anos. 

Apesar dessa perspectiva eufórica de crescimento, os bastidores de criação desses ecossistemas de pagamento ainda podem parecer misteriosos. Afinal, como um negócio sem natureza financeira pode oferecer esse tipo de serviço? Muito se fala sobre qualquer empresa “poder ser um banco”, ou ainda relacionar as finanças embarcadas ao bank-as-a-service.

Porém, o mistério se esvai quando entendemos que a tecnologia que faz a diferença significativa é provida por fintechs. Assim, estamos lidando com fintechs-as-a-service, que fornecem soluções muito além da bancarização (criação de conta corrente ou aquisição de um cartão de débito vinculado a essa conta, por exemplo). 

Fintechs-as-service podem promover a integração de centenas de meios de pagamento de diversos países, possibilitar transações cross-border e desenvolver carteiras digitais white label, para dar alguns exemplos. Inclusive, um recurso muito importante do qual pouco se fala, talvez por ser meio na contramão do fluxo mais comum das transações, é o de pagamentos que as empresas fazem aos usuários.

Se fosse destacar um segmento de mercado onde as fintechs podem fazer muita diferença, apontaria a gig economy, composta por pessoas que têm empregos temporários, trabalham como freelancers, e podem estar em qualquer lugar do mundo enquanto esperam por receber o pagamento pelos seus serviços. 

Especialmente empresas que seguem a tendência do anywhere office podem se beneficiar enormemente dessas transações em um clique, num ecossistema financeiro particular. No mais, ressaltaria ainda que, mesmo sem esse tipo de necessidade, o embedded finance traz a toda empresa a vantagem da fidelização dos clientes, robustez da marca e agilidade nas vendas. E vale lembrar: a black friday vem aí! Sendo assim, aquelas que não embarcarem agora, vão perder o bonde.

*Gerente de contas e desenvolvimento de negócios para a América Latina da Rapyd