ENCOSTOU, PAGOU

Começa piloto da jornada que vai permitir o Pix por aproximação

Desde 14/11, a implementação da Jornada Sem Redirecionamento no Open Finance é obrigatória para 13 instituições

Pagamentos por aproximação
Pagamentos por aproximação | Imagem: Adobe Photoshop

Com lançamento amplo previsto para 28 de fevereiro de 2025, o Pix por aproximação já começa a chegar a uma parcela de brasileiros. Quem saiu na frente foi o Google, que no início de novembro colocou no ar a funcionalidade em sua carteira digital. Por enquanto, o recurso está disponível para clientes dos bancos digitais C6 Bank e PicPay. Em breve, deve ser disponibilizada para clientes do Itaú.

O Pix por aproximação vai permitir que os brasileiros façam pagamentos encostando o celular ou outros dispositivos com a tecnologia NFC, assim como já ocorre com transações por meio de cartões. O mecanismo que viabiliza essa nova modalidade do Pix é a Jornada Sem Redirecionamento (JSR). Trata-se de uma grande aposta para a evolução dos pagamentos via Open Finance.

Do lado das instituições detentoras de conta, a implementação da funcionalidade é obrigatória desde 14/11 para aquelas que respondem por 99% do total das transações de pagamento no Open Finance. Nesse grupo estão 13 players, incluindo desde grandes bancos como Banco do Brasil (BB), Itaú e BTG Pactual até bancos digitais e fintechs como Mercado Pago, Nubank e PicPay.

No caso dos Iniciadores de Transação de Pagamento (ITPs), a liberação do recurso para a base de clientes será gradual até o fim de fevereiro de 2025. Na primeira janela, apenas sete ITPs decidiram participar do piloto: Belvo, Celcoin, Cumbuca, Google Pay, Iniciador, Lina e U4C.

Bancões testam

Ainda em arranjos fechados, nos últimos meses algumas das grandes instituições financeiras vêm testando o Pix por aproximação. É o caso de Itaú e BB, por meio de suas credenciadoras Rede e Cielo.

No caso do BB, o piloto chegou para um grupo de correntistas e lojistas em 12/10. Os clientes podem pagar no Pix por aproximação usando o aplicativo BB mobile especificamente em maquininhas Cielo habilitadas sem tarifas extras. Para pagamentos de até R$ 200, é preciso abrir o aplicativo, clicar em “Pix por aproximação” e realizar a autenticação. No entanto, para valores superiores, será necessário digitar senha para completar a transação.

A solução está disponível para celulares que tenham a tecnologia NFC e sistema Android 10 ou superior. No caso dos comerciantes, é compatível com o terminal inteligente da Cielo, a Lio On.

“O pagamento por aproximação caiu no gosto dos brasileiros, como podemos ver nas transações de cartões”, disse Pedro Bramont, diretor de Soluções em Meios de Pagamentos e Serviços do Banco do Brasil, em nota. “Trazer essa experiência paradigmática para o Pix permite que o cliente opte pela forma de pagamento que preferir e reforça nosso culto à inovação.”

Já o Itaú anunciou em 4/11 que o Pix por aproximação passou a ficar disponível em 100% das maquininhas da Rede. Conforme o banco disse na ocasião, a funcionalidade vem sendo liberada em fases para os clientes.

“Acreditamos muito nesse potencial e no impacto positivo que trará para toda a cadeia de pagamentos brasileira, e trabalhamos para que alcance o maior número de pessoas possível”, afirmou Angelo Russomanno, diretor de Pagamentos para Pessoa Jurídica do Itaú, em nota.

Nova camada de segurança

Mesmo com o potencial que a JSR tem para destravar uma série de experiências de pagamento via Open Finance – o Pix por aproximação não é o único -, as instituições precisaram se adaptar aos requisitos de segurança. Esse foi o maior desafio, de acordo com Rafael Isquierdo, responsável por Soluções da Sensedia, empresa de soluções via API e consultora da estrutura inicial do Open Finance junto ao BC.

Na prática, as instituições tiveram de aprimorar tecnologias para aplicar o protocolo de segurança global Fast IDentity Online (FIDO), usado por big techs e grandes bancos no mundo todo. Com ele, garante-se que ambas as partes envolvidas na operação tenham a confirmação da identidade do usuário através do dispositivo usado, ou seja, o smartphone. “É uma camada extra de segurança que foi adicionada”, explica Rafael.

O FIDO faz com que as instituições passem a armazenar e transitar informações do dispositivo móvel. Hoje, na transação tradicional, as informações do dispositivo em que a transação está sendo feita não precisam ser levadas em consideração, ficando a cargo e controle da instituição financeira. “Os bancos vão passar a conhecer mais detalhes sobre as transações. Se alguém tentar fazer um pagamento com Pix por aproximação em outro dispositivo, o banco identifica e nega, pois sabe que não é o de seu cliente”, resume.

Esta é a primeira de uma série de reportagens que o Finsiders Brasil publicará ao longo das próximas semanas sobre a evolução do Pix. Acompanhe!