Expansão do cartão de débito, principalmente no ambiente online, e serviços atrelados ao Pix estão entre os temas prioritários para a Mastercard no Brasil em 2024. Recursos como click to pay e tap on phone também estão na ordem do dia para a bandeira, que vem se posicionando cada vez mais como empresa de tecnologia, e não apenas de pagamentos.
Assim como a indústria de maneira geral vem buscando saídas para impulsionar a adoção do débito em transações online, a Mastercard acredita no avanço dessa modalidade entre os brasileiros. Tanto é que se prepara para lançar benefícios associados à utilização desse método de pagamento, disse o presidente da empresa no Brasil, Marcelo Tangioni, em encontro com jornalistas nesta quinta-feira (29).
“Hoje é muito comum no produto de crédito você ter benefícios de viagem, sala VIP, seguro. O débito não tem nada e vamos mudar isso em 2024. Vamos começar a colocar benefícios para o consumidor usar o débito”, afirmou o executivo. Ele, porém, não detalhou quais seriam esses benefícios e o funcionamento deles. “Em dois ou três meses, devemos ter novidades.”
Débito negligenciado
De acordo com ele, há uma série de projetos que envolvem toda a indústria de cartões para “revitalizar” o débito no Brasil. Uma delas é o “débito online”, lançado em 2023 e que deve ganhar escala ao longo deste ano, na visão do executivo. Outra iniciativa é o click to pay, que fez sua estreia na última semana com os cartões de crédito.
“Dentro da Abecs, assumimos quase um mea culpa porque o débito foi um produto de certa forma negligenciado durante muitos anos, até pela preferênica do nosso consumidor pelo crédito. Não podemos esquecer que aqui temos o parcelado sem juros, isso faz uma diferença muito grande”, disse Marcelo. “Vamos fazer o débito voltar a crescer na mesma velocidade que o crédito vem crescendo.”
Os dois lados do Pix
Já em relação ao Pix, Marcelo destacou que a Mastercard enxerga oportunidades para desenvolver soluções em torno do ecossistema, num movimento que vem sendo feito pela companhia globalmente para participar dos sistemas de pagamento em tempo real.
“Fazemos ‘Pix’ em mais de uma dúzia de países no mundo, desde infraestrutura passando por serviços agregados e aplicativos. E a gente entende que existe uma oportunidade de também começar a trabalhar com o Pix aqui no Brasil, seja por meio de serviços, seja com aplicativos. Estamos olhando algumas parcerias e isso faz parte de uma estratégia global da Mastercard”, citou.
De um lado, há um esforço da indústria para manter a relevância dos cartões frente ao avanço do Pix. Em contrapartida, o sistema de pagamento instantâneo abre espaço para novas soluções, na visão do executivo. “Temos dois papéis: um deles é competir com o Pix, fortalecendo os cartões de crédito, débito e pré-pagos para que sejam uma modalidade preferencial. Mas, ao mesmo tempo, queremos aportar valor e participar da evolução do Pix.”