PaGol mira breakeven e aposta em fidelidade para atrair clientes

Fintech dos acionistas controladores da Gol superou 100 mil clientes e tem a meta de chegar à estabilidade financeira até o fim do ano

Criada há apenas um ano com acionistas controladores da Gol e da Smiles, a PaGol se prepara para atingir um marco importante no mercado brasileiro. A companhia, que se posiciona como uma conta digital para quem ama viajar, superou 100 mil clientes e tem a meta de chegar ao breakeven ainda em 2023. A empresa aposta no acúmulo de milhas para criar fidelidade e atrair novos clientes.

De acordo com o CEO, Ravel Lage, a previsão é fechar o ano com resultados bastante positivos. “Em 2023, fizemos um grande trabalho de marca, apresentando a PaGol nas salas VIP dos aeroportos, no próprio avião, ônibus e até no site de compra de passagens aéreas. A PaGol já rompeu a fase de lançamento, de fazer os testes de produto, demanda e aderência no mercado. Hoje, é uma empresa consolidada que vem superando as expectativas”, afirma o executivo, em conversa com o site parceiro Startups. A projeção é faturar R$ 200 milhões neste primeiro ano de operação e, até 2025, alcançar a marca de 5 milhões de clientes

Sem abrir números específicos, Ravel conta que a startup está perto de chegar ao breakeven, impulsionada pelos resultados do Black Friday em novembro e da fidelização da clientela. “Nosso diferencial começa pela fidelidade, permitindo que o cliente ganhe milhas conforme utilize a conta digital”, afirma o CEO. A fintech oferece produtos mais comuns, como a compra de milhas, mas se destaca ao permitir que o cliente acumule milhas ao pagar boletos, usar o cartão de débito e simplesmente manter o saldo na conta.

A proposta, de acordo com Ravel, é contribuir para que o usuário possa viajar a cada 12 meses com as milhas que ganhou ao longo do ano ao utilizar PaGol. “Quando a pessoa entende como o app funciona, opta por ficar e ainda indica outras pessoas”, pontua.

Voando alto

A criação da PaGol foi motivada por dois grandes movimentos de mercado. “O Banco Central facilitou a entrada de novos players e instituições financeiras para gerar um pouco mais de concorrência. Começamos a ficar de olho nisso, com o intuito de oferecer uma proposta de valor ainda melhor para o cliente, além de gerar ganho e economia financeira para o Grupo”, afirma Ravel, que antes de assumir como CEO da PaGol foi diretor de negócios da Smiles.

Em paralelo à maior abertura de mercado, a própria Smiles sentiu a necessidade de se aproximar do mercado das fintechs. “A Smiles coloca muitos produtos na rua. Mas começamos a nos deparar com uma barreira do mundo financeiro, porque às vezes queríamos lançar um produto, mas que precisaria de uma instituição financeira por trás”, conta Ravel.

Um exemplo disso é o Saldo Gera Milhas, que permite ao cliente ganhar milhas mantendo seu saldo em conta. “A gente começou a questionar por que o dinheiro do cliente não poderia render milhas na Smiles. Mas o dinheiro do cliente estava no banco tradicional, que não queria oferecer esse produto, e nós ainda não tínhamos a conta digital”, explica o executivo. De forma semelhante, os acionistas da fintech perceberam uma oportunidade para que o passageiro utilizasse suas milhas de outras formas além da compra de passagens. “Hoje, temos um produto de conversão de milhas, em que o cliente pode usar a conta da PaGol para converter suas milhas para Real e usar o dinheiro como quiser, incluindo para pagar contas ou fazer um pix.”

Operação

Os acionistas da PaGol são exatamente isso: apenas acionistas. De acordo com Ravel, a startup atua de forma 100% independente, com total autonomia para atuar da forma que deseja. “A PaGol tem parcerias com a Gol e a Smiles, mas é uma empresa paralela ao grupo econômico. É uma fintech normal, que atua na sua velocidade e nos seus modelos, sem a necessidade de passar por toda a governança de uma empresa como a Gol, e com bem mais agilidade do que grandes empresas.

Ele ressalta que o principal desafio da companhia atualmente é educacional, alcançando cada vez mais clientes e deixando claro para eles os benefícios de utilizar a conta digital. Por esse motivo, a estratégia para 2024 é estar cada vez mais presente na boca do povo. “Quanto mais informação chegar ao público, maior será a nossa base e mais a operação vai crescer”, antecipa Ravel.

A companhia está desenvolvendo um projeto de Pix, com o qual o usuário poderá cadastrar suas chaves na PaGol e realizar a leitura de QR Codes. De acordo com o CEO, o produto visa melhorar ainda mais a experiência do cliente na plataforma. O executivo ainda não revela a data de lançamento do serviço, mas afirma ser um projeto para os próximos meses. “Nossa meta para 2024 é alta. Não vamos abrir os números, mas queremos uma operação maior do que em 2023, e vamos crescer cada vez mais nos próximos meses.”

*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups

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