A fintech Bullla, que atua com crédito e benefícios para funcionários de empresas, recebeu nesta semana a autorização do Banco Central (BC) para operar como uma instituição de pagamento (IP). A decisão está na edição de quarta-feira (25/9) do Diário Oficial da União.
De acordo com o despacho, a Bullla poderá funcionar como emissor de moeda eletrônica e de instrumento de pagamento pós-pago. Isso significa, então, que a empresa terá a licença para oferecer contas de pagamento pré-pagas, assim como cartões de crédito.
Com sede em São Paulo e um considerável capital social de R$ 550,9 milhões, a instituição tem como controladores Marcelo Balan e Flávio Silva de Guimarães Souto.
O movimento para se tornar uma IP regulada já havia sido antecipado por Daniel Bergman, vice-presidente da fintech, em entrevista ao Finsiders Brasil em junho. Na ocasião, o executivo comentou que a Bullla aguarda aprovação do BC para atuar também como uma Sociedade de Crédito Direto (SCD) — modalidade de fintech que pode dar crédito com recursos próprios.
Fundada em 2019 por Marcelo Villela (ex-presidente da Losango), Marcelo Balan (ex-VP do Safra) e Vanda Barros (também ex-Losango), a Bullla atualmente é liderada por Daniel (ex-MovilePay e iZettle), João Matta (ex-Itaú e Visa) e Mauro Gomide (ex-Cielo).
Do P2P ao crédito para funcionários
A fintech iniciou o negócio com foco em empréstimos peer-to-peer (P2P). Tanto é que foi uma das primeiras Sociedades de Empréstimos entre Pessoas (SEPs) autorizadas a operar no Brasil pelo BC. Nos últimos anos, a Bullla tomou a decisão de ampliar o negócio com soluções financeiras para colaboradores de empresas.
Conforme destacou Daniel na entrevista ao portal, a ambição da Bullla é ser a maior fintech de crédito para as classes C e D do País. Em cerca de quatro anos, a fintech emitiu mais de 1 milhão de cartões e concedeu R$ 1,5 bilhão em crédito.
Atualmente, existem mais de 160 instituições de pagamento reguladas pelo BC, de acordo com informações disponíveis no site do órgão. Em dezembro de 2023, por exemplo, eram 115. Um ano antes, não passavam de 80.