OPEN FINANCE

Fintechs Datanomik e Muevy recebem aprovação do BC para atuar com iniciação de pagamento

A uruguaia Datanomik aposta no Open Banking B2B, enquanto a Muevy, fintech de executivos ex-BPP, é especializada em pagamentos cross-border

A fintech uruguaia Datanomik, especializada em Open Banking com foco no B2B, acaba de receber autorização do Banco Central (BC) para operar como instituição de pagamento (IP) no Brasil. O aval é válido para a modalidade iniciador de pagamento — aquela que permite, como o próprio nome diz, iniciar uma transação fora do ambiente bancário.

Conforme despacho do regulador no Diário Oficial da União desta quarta-feira (31), a IP da Datanomik larga com capital social de R$ 3 milhões. Os controladores são os fundadores da fintech, Gonzalo Strauss e Sergio Fogel — esse último é também cofundador do unicórnio uruguaio dLocal

Fundada há dois anos, a Datanomik se define como uma plataforma de gestão de tesouraria multibanco. A API desenvolvida pela startup acessa informações diretamente dos bancos e outras instituições, como provedores de serviços de pagamento e plataformas de e-commerce. O sistema padroniza e reúne essas informações em um só lugar, com atualizações em tempo real.

A fintech chegou ao Brasil em março de 2022, após levantar um aporte de US$ 6 milhões capitaneado pelo fundo norte-americano Andreessen Horowitz (a16z). Participaram, ainda, investidores como Canary, Nazca e Latitud, além de anjos do calibre de Conrado Engel, ex-CEO do HSBC, e Sebastião Mejia, fundador da Rappi, entre outros.

Em junho de 2022, numa entrevista ao Finsiders, o cofundador e CEO Gonzalo Strauss informou que a startup tinha entre 10 a 15 clientes usando seus serviços. Na ocasião, a meta era fechar aquele ano com 100 clientes ativos. Atualmente, em seu site, a Datanomik diz ter uma base com mais de 50 empresas, incluindo nomes como a produtora de alimentos Marfrig e a construtora Cury. 

Quem também recebeu o “sinal verde” do BC nesta quarta-feira foi a Muevy, fintech de pagamentos cross-border (transfronteiriços). A autorização é também para funcionar como iniciador de pagamento, e o capital social é de pouco mais de R$ 5 milhões. A empresa tem como fundadores dois executivos ex-BPP (a antiga Brasil Pré-Pagos, comprada em 2021 pela Dock), José de Carvalho Junior e Paulo Della Volpe.

Iniciação de pagamento

A iniciação de transação de pagamento, que também atende pela sigla ITP, é uma das grandes apostas do mercado para que a “palavra” do Open Finance se espalhe entre a população. Atualmente, são 27 instituições aptas a atuar como ITP. Em breve, Datanomik e Muevy devem se juntar ao grupo.

A lista de players com essa licença vem crescendo nos últimos meses, e a tendência é que isso se mantenha ao longo de 2024. Além da autorização do BC, as empresas precisam cumprir uma série de etapas regulatórias e tecnológicas para, de fato, tornar o serviço operacional. 

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