A criação de um ‘super app’ pelo Banco Central (BC) já deu o que falar. O assunto está frequentemente nas apresentações e declarações do presidente do órgão, Roberto Campos Neto, sobre a convergência entre Pix, Open Finance e Drex. Na prática, a ideia é que o regulador defina as bases para o mercado construir as suas experiências de ‘super app’.
“Esse ‘super aplicativo’, que vai consolidar tudo, é uma possibilidade que vai ser explorada pelo mercado, não só o financeiro, mas também por provedores de tecnologia. Não é algo que será desenvolvido pelo Banco Central. Então, ninguém espere um ‘super aplicativo’ do BC, que vai substituir os aplicativos dos bancos”, disse Maurício Moura, diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta da instituição, na live semanal feita pelo BC no YouTube.
Ele lembrou que o Open Finance abre uma “enorme oportunidade” para o compartilhamento de dados e propicia o aumento da concorrência, o que “só vem a beneficiar na ponta o cliente que está tomando o serviço”. Destacou, ainda, que hoje os clientes já conseguem fazer movimentações em diversos bancos de uma só conta, a partir do consentimento. Esse recurso, aliás, funciona por meio da iniciação de transação de pagamento (ITP).
Segundo Maurício, no setor de tecnologia, existe “uma tendência natural de convergência”, ou seja, de tentar consolidar as diversas funcionalidades num só ambiente. Por isso, acredita que alguma empresa venha a desenvolver uma plataforma com esse fim no futuro. Contudo, ele reiterou que o BC não terá uma iniciativa própria nesse sentido.
Durante a transmissão, na qual respondeu dúvidas de internautas, Maurício também comentou sobre Pix, Drex, juros do cartão de crédito, falta de funcionários no BC, impacto do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, entre outros assuntos.
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