Com ex-presidente do Banese, sergipana baasic quer ir além do BaaS

Fundada em Aracaju, capital do Sergipe, há cerca de oito meses, a baasic aposta em uma plataforma “agnóstica” de infraestrutura tecnológica em serviços financeiros, muito além do tradicional banking as a service (BaaS). A fintech montou um marketplace de soluções financeiras, com produtos e serviços de diversos bancos, emissores, provedores de meios de pagamento e até seguradoras. 

O objetivo é impulsionar o embedded finance, ou finanças embarcadas. O foco inicial está, principalmente, em companhias dos setores de educação e agronegócio. Mas a ideia não é ficar restrito a essas indústrias. “Montamos um ‘Lego’ que faça sentido para o negócio do cliente”, conta Helom Oliveira, um dos fundadores da baasic e ex-presidente do Banco do Estado do Sergipe (Banese). Ao seu lado na empreitada está Luciano Passos, ex-CIO do Banese. 

Atualmente, o hub da baasic já tem conexão com as plataformas de BaaS da BMP e da Celcoin. As integrações atuais incluem a plataforma digital de serviços e pagamentos Edenred (dona da Ticket), a plataforma de benefícios Uppo, a seguradora Icatu e a cel_cash, gateway de pagamento para gestão de cobranças recorrentes da Celcoin. “Até o fim deste ano, devemos ter mais dois ou três bancões embarcando na plataforma”, diz Helom. 

Ainda no ano passado, a baasic assinou seu primeiro contrato com um grande grupo educacional. “Estamos implantando a operação, que envolve financiamento estudantil”, diz Helom. Neste momento, a fintech negocia com outras duas companhias no setor de educação, duas cooperativas agrícolas e um Fiagro no Mato Grosso. “Tem muita oportunidade para bancarizar e digitalizar operações de crédito no agro”, aponta o executivo. 

Investimento

O desafio agora é atrair mais empresas e crescer. Para isso, a baasic recebeu um investimento minoritário de R$ 2 milhões da Deal, consultoria de serviços de tecnologia com mais de 20 anos. O aporte foi realizado no fim de 2023 e está sendo divulgado agora, com exclusividade ao Finsiders Brasil. 

Fábio Hayashi, CEO da Deal, conta que conheceu Helom na época em que o agora empreendedor era presidente do Banese. A consultoria atuou no desenvolvimento do Desty, banco digital lançado em abril de 2022 pelo Banese. “Quando o Helom fez a transição de carreira dele, acabou me chamando para entrar como investidor da baasic, que é mais do que um BaaS [sigla para banking as a service], é embedded finance”, diz o executivo.

O acordo entre Deal e baasic tem como objetivo também explorar oportunidades de cross-sell (venda cruzada), assim como abrir portas para novos negócios com a Deal na região Nordeste. “Hoje já é normal entrarmos em reuniões com a baasic porque vendemos da estratégia até a execução”, afirma Fábio. 

Segundo ele, o investimento faz parte, ainda, do movimento da Deal para avançar ainda mais no setor financeiro. Dos mais de 270 clientes que a consultoria atendeu até hoje, mais de 60% vêm desse segmento. Entre eles, estão nomes como Getnet Brasil, Banco Pan, Nubank, C6, B3 e outros. A Deal prevê faturar R$ 170 milhões neste ano e tem planos de expandir a internacionalização — hoje já tem negócios na Irlanda e em Portugal, além do Brasil.