Depois de ver seu faturamento crescer 320% em 2020, para R$ 4,8 milhões, a fintech de pagamentos Transfeera trabalha para superar a marca de R$ 12 milhões neste ano. A Transfeera oferece serviços para automatizar o processamento de pagamentos para os clientes e de “inteligência” para evitar falhas e fraudes, o Conta Certa. A fintech participa indiretamente do PIX, por meio da sua parceria com o BTG Pactual. Em paralelo, a fintech solicitou a regulamentação como Instituição de Pagamentos (IP), possibilitando que ela ofereça novos produtos, como o processamento de recebimentos pelo novo sistema.
“Além de entrar em recebimentos, nossa meta para este ano é melhorar cada vez a qualidade do processamento de pagamentos através do PIX. No mercado, as soluções ainda são muito ruins, os índices de falha e fraude no PIX ainda estão altos”, diz Guilherme Verdasca, CEO da Transfeera. “A Conta Certa reduz o índice de falhas dos pagamentos dos nossos clientes de 17% para 2%”, explica . “Usamos tecnologia para conectar as plataformas e integrar fontes de dados dos clientes com inteligência, para validar as informações e corrigi-las se for preciso – e ainda serve para evitar fraudes”, diz. Além do PIX, a Transfeera processa pagamentos por meio de transferências bancárias convencionais.
Hoje, a startup tem 220 clientes, a maioria fintechs de marketplace, crowdfunding e subadquirência, como Rappi, Aiquefome e Catarse . A Transfeera recebeu um investimento de R$ 3 milhões no final do ano passado – os recursos estão sendo usados para a contratação de pessoas (serão 45 neste ano), investimento em marketing e no processo de regulação de IP junto ao Banco Central. O aporte foi liderado pelo fundo Goodz Capital e teve a participação da Bossa Nova Investimentos, Honey Island e Curitiba Angels. Verdasca não tem planos de voltar a captar neste ano, mas sim na metade de 2022: “Queremos atrair talvez um sócio estratégico e um fundo maior”. A meta da Transfeera é faturar cerca de R$ 30 milhões no ano que vem.
Verdasca e seus sócios, Fernando Nunes e Rafael Negherbon, começaram em 2016 em Joinville, Santa Catarina, com o objetivo de reduzir tarifas bancarias para clientes pessoas físicas. “Logo de cara percebemos que as empresas também tinham essa dor, então decidimos mudar o foco de atuação de clientes pessoas físicas para ajudar empresas com problemas nos processos de pagamentos recorrentes. Conforme fomos crescendo, vimos que a dor de processo era maior do que a dor das tarifas, então nos especializamos em transferências e agora em PIX”, diz.