A Omie — plataforma de gestão empresarial na nuvem — acaba de receber autorização do Banco Central (BC) para funcionar como instituição de pagamento (IP), na modalidade iniciador de transação de pagamento (ITP).
A intenção de ser um ITP foi revelada por Gabriel Siqueira, diretor de tech ventures da Omie, em matéria exclusiva publicada pelo Finsiders na última quinta-feira (13). “É uma forma de o cliente, com o consentimento, operar qualquer conta bancária que tiver dentro do nosso sistema e também ter uma visão consolidada das finanças num só lugar”, afirmou o executivo, na ocasião.
Conforme explica Gabriel, o aval do regulador — publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (17) — é a primeira etapa para a empresa avançar na modalidade e, na prática, permitirá o acesso direto da companhia ao ecossistema do Open Finance.
Segundo ele, os próximos passos são avançar nos requisitos técnicos e começar a testar as primeiras experiências com os clientes da Omie, como consolidar saldos, reaproveitar dados cadastrais, e permitir a iniciação de transferências de dentro do sistema com o consentimento dos usuários usando a infraestrutura do Open Finance.
Com sede em São Paulo (SP) e capital social de R$ 1,5 milhão, a IP da Omie tem como controlador o fundador e CEO da empresa, Marcelo Lombardo.
ITP promete
Os iniciadores de pagamento são uma modalidade de instituição de pagamento (IP), criada no âmbito do Open Finance e do Pix. Podem, como o próprio nome diz, iniciar uma transação com consentimento e autorização prévios do usuário final. Importante lembrar, então, que eles não detêm os recursos transferidos na prestação do serviço, tampouco gerenciam as contas de pagamento.
Atualmente, há mais de 90 iniciadores cadastrados no Diretório Central do Open Finance, de acordo com relatório anual sobre o ecossistema. Contudo, apenas 21 estão, de fato, certificados e habilitados a operar. Os mais novos a entrar nessa lista foram BV e Nubank.
Para especialistas, nos próximos meses, a tendência é que essa modalidade ganhe força com a entrada de mais players e a evolução das transações daqueles que já estão em operação. O mercado espera, ainda, novidades na agenda evolutiva, entre elas, a jornada sem redirecionamento e o Pix Automático (para operações recorrentes).
Leia também:
Fintech uruguaia dLocal recebe aval para operar como IP no Brasil