A Pluggy, especializada em coleta, classificação e enriquecimento de dados no âmbito do Open Finance, começou a oferecer pagamentos em lote para seus clientes. Com ele, as empresas podem concentrar todos os pagamentos para diferentes credores e meios diferentes por meio de um único Pix.
“Este é um dos principais casos de uso do Open Finance para empresas”, diz o co-fundador e CEO da Pluggy, Bruno Loiola, ao Finsiders Brasil. “A solução atende a uma necessidade crítica do mercado, economizando tempo e aumentando a eficiência operacional”.
Hoje, para pagar contas no dia a dia uma PME precisa de um departamento só pra isso e perde muito tempo fazendo conciliação de dados. “É um alt-tab pra lá e pra cá, vai pro banco, faz um pagamento, depois volta pra conciliar… é muito tempo perdido nessa parte de contas a pagar e receber”, diz.
A techfin se antecipou às especificações técnicas para a modalidade, previstas para sair em agosto. “Criamos uma infraestrutura evolvendo Open Finance e solução de conta de BaaS”, diz. Segundo ele, a Pluggy ainda não tem concorrentes.
Três contratos e dezenas em teste
Os pagamentos em lote no Open Finance são operados por iniciadores de transação de pagamentos (ITP), licença que a Pluggy obteve em junho último do Banco Central. Ou seja, agora a startup passa a atuar na ponta de transações também.
“Já temos três clientes fechados que estão para entrar em produção com a solução de pagamentos em lote. E mais dezenas em testes”, diz. Ele não pode revelar quem são as empresas mas afirma que são um ERP digital, uma empresa de BPO financeiro e uma de software para contabilidades.
E Bruno diz que a startup não vai parar por aí. Além dos pagamentos em lote, está no radar o desenvolvimento de outras soluções dentro do conceito de embedded finance para o mercado de pagamentos.
Pix agendado
Segundo o CEO, um dos novos casos de uso é a cobrança via Pix agendado. Com ela, empresas com mensalidades ou valores recorrentes fixos a receber poderão usar a infraestrutura da Pluggy para realizar cobranças. Anteriormente, muitas empresas utilizavam boletos, o que resultava em problemas de inadimplência e necessidade de departamentos de cobrança.
“O uso de cartões de crédito para cobranças também é comum, mas apresenta custos elevados devido às taxas cobradas pelas operadoras de cartão”, explica Bruno. O Pix, por outro lado, reduz os custos associados às transações e facilita o processo de cobrança para as empresas.
‘Breakeven’
Desde sua fundação, em 2020, a Pluggy vinha se dedicando ao uso de dados financeiros para criar uma visão abrangente dos clientes finais das empresas que utilizam suas plataformas. Com a nova licença, a empresa agora também pode movimentar dinheiro, proporcionando aos seus clientes a capacidade de gerenciar e executar pagamentos diretamente através de suas aplicações.
“Evoluímos em nosso propósito e passamos a oferecer um conjunto de APIs (interface de programação de aplicativos, na sigla em inglês) e soluções que agregam dados financeiros dos usuários pessoa física ou pessoa jurídica, oferecendo soluções de pagamentos únicas”, explica Bruno.
Em maio deste ano, a Pluggy atingiu o breakeven, equilibrando suas receitas e despesas. Segundo Bruno, junho e julho seguiram a rota e agora, a startup projeta “um futuro de lucratividade sustentável”.
A Pluggy atingiu um faturamento de R$ 5 milhões no final de 2023. “Esse ano já dobramos o faturamento do mesmo período do ano passado (janeiro a junho) e estamos no caminho certo de atingir 250% de crescimento em 2024”, revela. A empresa atende hoje a mais de 150 clientes, desde grandes bancos até pequenas startups, muitas das quais utilizam suas soluções para gestão financeira.