Remessa Online acelera planos e vai lançar novos serviços para PJ

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A Remessa Online, plataforma digital de transferências internacionais, está com planos de voar mais alto em 2022. Dois anos depois do lançamento de uma solução para pequenas e médias empresas (PME), a fintech está começando a se estruturar para atender clientes maiores, como exportadores e importadores. A ideia é que esse projeto saia do papel no ano que vem, junto com outros produtos e serviços.

Também em 2022, a empresa planeja lançar uma conta multimoeda para PJ e um serviço de hedge cambial. No futuro, vai passar a oferecer crédito, como linhas de antecipação de exportação, revela ao Finsiders Alexandre Liuzzi, sócio e diretor de estratégia da Remessa Online. “Temos menos de 0,5% de market share em PMEs. Temos potencial de ser tão dominante em PJ como somos na PF.”

O objetivo é se posicionar cada vez mais como um player relevante no mercado internacional. Segundo o empreendedor, o mercado de pagamentos B2B cresceu 26% no ano passado, em relação a 2019. “A gente pretende ser viabilizador desse crescimento”, aponta.

O portfólio de clientes PJ e o volume movimentado por esses perfis vêm evoluindo bastante desde que a Remessa Online colocou no ar a solução para PMEs, no segundo semestre de 2019. Nos 12 meses encerrados em 30 de junho, por exemplo, a base PJ saltou 214%. E a representatividade dessa carteira é cada vez maior, no business como um todo da fintech.

No ano passado, a fintech transacionou R$ 6 bilhões — desse montante, 40% foram dos clientes pessoa jurídica. Para 2021, a expectativa é chegar a R$ 14 bilhões, sendo metade desse segmento. “O B2B tem potencial dez vezes maior do que PF, e vem crescendo em representatividade, ao mesmo tempo em que PF também cresce”, explica Liuzzi.

Para se diferenciar dos concorrentes — principalmente, grandes bancos e corretoras independentes com carteira PJ –, a Remessa Online aposta em tarifas e taxas menores. “Como estamos falando de um cliente que faz transações de R$ 10 mil a R$ 30 mil, a gente consegue cobrar de 30% a 40% mais barato do que é cobrado em grandes instituições. E tem desconto por volume.”

Além de pequenos negócios e profissionais como designers e desenvolvedores que prestam serviços como PJ, a fintech também passou a mirar mais recentemente as startups que levantam investimento com fundos de Venture Capital estrangeiros e que precisarão fazer a remessa para suas contas no Brasil. No primeiro semestre, por exemplo, transacionou R$ 637 milhões (mais do que o dobro ante igual intervalo) em aportes recebidos por startups, principalmente seed money e rodadas Série A.

Em operação desde 2016, a Remessa Online foi fundada pelos economistas Alexandre Liuzzi e Fernando Pavani, ambos com experiência no mercado financeiro, incluindo passagens por gigantes como Itaú Unibanco, Santander, JP Morgan e Franklin Templeton.

De lá pra cá, a fintech já captou mais de R$ 122 milhões — a última rodada foi em junho do ano passado, quando levantou R$ 110 milhões em um aporte liderado pela Kaszek, com participação de Kevin Efrusy, sócio do fundo americano Accel, e da Bewater Ventures.