Em atividade desde meados do ano, a SRM Ventures, braço de venture capital da SRM Asset, acaba de firmar a sua quinta parceria com fintechs em quatro meses. A nova contemplada é a LinKapital, especializada em crédito para pequenas e médias empresas (PMEs), que recebeu uma injeção de R$ 70 milhões da gestora paulista, oferecendo em troca uma participação acionária à investidora. Além dos recursos, a startup passa a dispor de todas as ferramentas da SRM, caso da plataforma de análise de risco e gestão de crédito WeFin, lançada em 2021.
“A parceria com a SRM nos possibilita dar um salto quântico. Tiramos a pressão de capital para contribuição em cota subordinada, construímos uma trajetória clara e rápida para o break even, alavancamos nossa capacidade operacional para crescer com risco controlado e criamos a oportunidade de criar em conjunto novas ofertas de SaaS e Bass”, diz o economista Renato Herszenhaut, CEO e cofundador da fintech.
Fundada em abril do último ano, a LinKapital concede financiamentos a negócios com receitas anuais na faixa de R$ 2 milhões a R$ 100 milhões. O processo de análise de crédito toma por base “dados granulares”, que são fornecidos por todas companhias, em caráter compulsório, a autoridades estaduais e federais. Nos 11 primeiros meses deste ano, a startup analisou mais de 330 empresas, ofereceu linhas de crédito a 80 tomadores e contratou cerca de 60 operações.
O aporte na LinKapital é, de longe, a maior aposta realizada até agora pela SRM Ventures. Entre agosto e outubro, ela injetou R$ 20 milhões per capita em quatro outras fintechs: Broadfactor, Acredite Bank, TuTu Digital e Openbox. Antes da sua criação, a gestora do grupo já alocara, em outubro do ano passado, R$ 24 milhões à Bom.Capital, o que lhe garantiu participação no quadro de acionistas da startup catarinense, focada em microempreendedores individuais (MEIs).
“Só injetamos recursos para funding, item que representa a principal dor de cabeça para mais de 90% das startups em estágio inicial. Se a fintech precisar de dinheiro para expansão, terá de recorrer a bolsos de outros investidores”, declarou André Szapiro, head da SRM Ventures, em entrevista ao Fintechs Brasil, em novembro.
A procura prossegue. Depois dos seis negócios fechados em pouco mais de um ano, o grupo SRM ainda dispõe de cerca de R$ 250 milhões para arrematar fatias de startups de finanças. A meta é somar de 20 a 25 participações acionárias até o fim do primeiro trimestre de 2023. “Conversamos com mais de 200 fintechs ao longo dos últimos cinco meses e estamos acompanhando atentamente as 30 mais promissoras”, disse Szapiro ao Fintechs Brasil, em novembro.