Tokenização, blockchain. Foto: Fabio/Unsplash
Imagem: Fabio/Unsplash

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) iniciou o desenvolvimento de um projeto-piloto de rede DLT (tecnologia de registros distribuídos) para incentivar a oferta de ativos tokenizados. A iniciativa visa testar o uso de tecnologia blockchain na emissão e negociação de ativos financeiros, avaliando seus benefícios, riscos e implicações regulatórias. 

“A tokenização faz parte da jornada de transformação do setor financeiro. Essa é uma oportunidade importante de explorarmos um território novo, de forma colaborativa. E com um projeto feito pelo mercado e para o mercado”, disse em nota Carlos André, presidente da Anbima.

O projeto-piloto tem como foco fundos de investimento e debêntures, com a simulação do ciclo completo de um ativo tokenizado, desde a estruturação até a liquidação. Segundo a Anbima, o formato possibilita a reprodução dos desafios reais do mercado. Isso inclui aprendizados concretos sobre padronização e integração, permitindo, assim, avaliar a eficiência da nova tecnologia para a infraestrutura financeira.

Testes começam em 2026

Empresas associadas e não associadas à Anbima podem participar do projeto-piloto. O envio de propostas de uso começa em dezembro deste ano. Os testes estão previstos para começar em 2026, após as casas selecionadas realizarem um curso de capacitação obrigatório. 

Os resultados do projeto buscam, ainda, enfrentar os desafios da fragmentação do ecossistema de redes blockchain no Brasil, que ainda limitam o avanço do mercado secundário de ativos tokenizados. Além disso, podem representar a simplificação de processos e negociação em balcões globais, desde que observadas as exigências regulatórias.

A iniciativa é da Rede Anbima de Inovação, um grupo plural criado para conectar o mercado financeiro à comunidade de inovação. A governança do projeto será composta por quatro níveis. Um grupo de trabalho formado por especialistas que acompanharão a execução do projeto; um comitê técnico e de negócios (instituições associadas à Anbima), que fará a validação técnica; um comitê gestor, a instância máxima de decisões, composto pela diretoria da associação; e um comitê de acompanhamento, que reunirá Anbima, Banco Central (BC) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com foco no diálogo institucional.