Os ventos seguem favoráveis ao transatlântico por onde navegam as empresas de bankings as service (BaaS). Classificar o segmento como esse grande navio que cruza o Atlântico não é à toa, visto que é crescente o número de companhias expandir sua atuação, cruzando inclusive o oceano para isso.
A CashWay, techfin com sede em Florianópolis (SC), é um exemplo disso. A empresa — criada em 2019 e resultado da fusão entre Leosoft (que desenvolve sistemas para cooperativas) e a Biti (de softwares também para cooperativas), ambas com mais de 20 anos em seus respectivos mercados — já atua na Angola e espera utilizar parte dos recursos captados recentemente para operar em outros países no ano que vem, começando pela região da América Latina.
A empresa acaba de receber um aporte no valor de R$ 3 milhões da Invisto, gestora de fundos de Venture Capital no Sul do Brasil. Esse recurso se soma aos R$ 1,5 milhão recebidos em novembro pela Sinqia, fornecedora de soluções para o setor financeiro no Brasil.
O primeiro investimento, no entanto, e que acelerou a CashWay ocorreu em 2020 e foi feito pela Darwin Startups e pelo programa Scale-up da Endeavor.
Em entrevista ao Finsiders, Felipe Santiago, um dos fundadores e CEO da CashWay, diz que os cheques mais recentes serão utilizados principalmente para expansão da capacidade produtiva, aperfeiçoando o produto e com ferramentas de marketing.
Mas farão isso aplicando, boa parte, na contratação de mais profissionais de pesquisa e desenvolvimento, marketing e comercial. Neste momento, a empresa possui 18 vagas em aberto, que se somariam aos 45 colaboradores atuais.
“Estamos no dia 2 da CashWay”, afirma Felipe.
Histórico
Quando foi fundada, a empresa tinha como objetivo atender as pequenas cooperativas de crédito oferecendo soluções ‘end to end’, de infraestrutura de BaaS. Mas logo percebeu que o Brasil passava por uma tendência de surgimento de fintechs e bancos digitais. Assim, reformularam sua estratégia.
“Ampliando as verticais, em um ano já tínhamos dobrado a carteira de clientes”, comenta Felipe.
Atualmente, a CashWay possui 42 clientes, quase 60% a mais do que conquistados no ano passado. A expectativa é fechar 2022 com 105 clientes, subindo para 165 em 2023 e 250 em 2024.
O faturamento da empresa passou de R$ 3 milhões para quase R$ 5 milhões (R$ 4,8 milhões) em um ano (novembro de 2020 contra igual mês de 2021).
“Pretendemos ser o elo entre o nascimento e o crescimento das instituições financeiras. Apoiá-las em suas evoluções. Não temos intensão de ser protagonistas, mas em ser o grande fornecedor de infraestrutura para que as pequenas se tornem grandes”, diz Felipe.
Só se fala em Baas
Segundo Felipe, é fato que o segmento de BaaS está de vento em popa – voltando à analogia náutica — e, por isso, ele não avalia que há muitos concorrentes e, sim, que o Brasil conta um cenário de oportunidade para todos.
Para dar alguns exemplos de competidores neste mercado, estão players como Bankly, da Acesso (comprada este ano pelo Méliuz); Zoop (investida da Movile); Qesh; Hash; Swap; Jazz, além dos bancos BV, Original, Genial, BTG, ABC Brasil e Citi.
Temos ainda a Dock que comprou recentemente 100% da BPP, a Porto Seguro que fechou a aquisição de 74,6% da Atar. E a multinacional Tivit que ingressou este ano na área com uma nova plataforma, entre outros nomes.
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