QI Tech faz primeira aquisição após aporte de R$ 270 milhões

Com planos de ser um ‘one-stop-shop’ de crédito como serviço, a QI Tech — primeira SCD (Sociedade de Crédito Direto) autorizada no país — anunciou nesta quinta-feira (23) sua primeira aquisição, após ter recebido um aporte de R$ 270 milhões do GIC (Fundo Soberano de Cingapura).

A empresa fechou a compra da Zaig, startup que atua na prevenção de fraudes, onboarding e esteira cadastral para clientes que incluem desde grandes empresas a fintechs, por exemplo, Unidas, Nexoos, Banco Bari e Olist.

A transação ocorrerá com pagamento em dinheiro e troca de ações, mas os valores não foram revelados.

Em comunicado, a QI Tech diz que, junto ao produto de credit as a service (CaaS), as duas soluções vão completar o ciclo para os clientes que buscam oferecer crédito ao mercado.

“É muito importante termos em nosso portfólio uma solução de cadastro e antifraude. A aquisição da Zaig vai permitir que a QI Tech facilite o trabalho de integração dos clientes, uma vez que agora oferecemos uma solução completa de crédito”, afirma Pedro Mac Dowell, fundador e CEO da QI Tech, em comunicado.

No mês passado, a QI Tech divulgou uma rodada Série A de US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 270 milhões, no câmbio da época), num round “disputado” segundo a fintech e liderado pelo GIC.

Na época, um dos sócios da empresa, Marcelo Bentivoglio, disse que o cheque serviria em parte para a companhia ir às compras, com intuito de aprimorar e dar mais segurança para a jornada de crédito (da originação à cobrança) oferecida aos seus clientes.

Desde o início de sua operação em 2019, a QI Tech já movimentou mais de R$ 5,5 bilhões em operações de crédito, dos quais R$ 200 milhões em seu primeiro ano, R$ 1,2 bilhão no segundo, e R$ 4,2 bilhões em 2021.

A fintech deve, ainda, fechar a compra de uma distribuidora de valores (DTVM), conforme contou Marcelo ao Finsiders, em novembro. A aquisição de uma DTVM permitiria à QI Tech administrar e custodiar FIDCs de clientes que já utilizam sua plataforma, por exemplo, Open Co (fusão entre Geru e Rebel), iFood e Vivo Money.

Nesse segmento, a companhia disputaria mercado com players bem estabelecidos e também fintechs especializadas, como a Vórtx, que possui aproximadamente R$ 150 bilhões em ativos divididos entre fundos e papéis de dívida sob custódia fiduciária.

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