Em nova aposta no B2B, dona do Mercado Bitcoin compra Wuzu

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A 2TM, holding que controla o Mercado Bitcoin, anunciou nesta quinta-feira (10) a compra da Wuzu, fintech que conecta múltiplas exchanges. O valor da operação não foi divulgado.

Fundada em 2017 por Anderson Nery, Bruno Bertoldi e Guilherme Zonatto, a Wuzu desenvolveu uma plataforma completa de negociação de ativos ativos, com back office, tokenização, módulo financeiro de controle, cadastro e compliance.

A empresa foi responsável, por exemplo, pelo primeiro Security Token Offering (STO) de uma instituição financeira no Brasil, para o BTG Pactual, que emitiu o ReitBZ, token com lastro em imóveis, em 2019.

Em novembro do ano passado, a fintech também lançou uma nova vertical, chamada Volox, com foco no mercado institucional de ativos digitais, conforme noticiou o Finsiders.

Na prática, a plataforma permite que players do mercado financeiro, como corretoras, DTVMs, corretoras de câmbio, entre outras instituições, possam ofertar cripto para a sua base de clientes, usando a tecnologia e infraestrutura criada pela Wuzu.

Com a aquisição da Wuzu, a 2TM vai acelerar a esteira de produção de projetos de expansão da holding no Brasil e no exterior.

“O time da Wuzu é formado por grandes especialistas de tecnologia blockchain e de soluções para trading de ativos digitais. Com a aquisição, temos uma combinação única e que vem reforçar as capabilities que já temos”, disse Roberto Dagnoni, CEO da 2TM, em comunicado.

Com a incorporação, a 2TM reforça sua atuação no mercado B2B como um provedor de soluções de infraestrutura cripto.

A operação também amplia a abrangência e reforça o posicionamento do CryptoHub, sua solução ‘plug & play’ para instituições financeiras, processadoras de pagamento e serviços digitais (como marketplaces e carteiras digitais), que pretendem oferecer compra e venda de ativos digitais aos seus clientes de forma simples, rápida e segura.

“Nós sempre tivemos como ponto central do desenvolvimento da Wuzu a busca por criar um mercado financeiro mais eficiente e democrático. Esse objetivo se torna ainda mais próximo com a integração da Wuzu ao grupo 2TM. Entendemos ser o parceiro certo, no momento ideal, para alcançar nossa meta de liderar a construção do mercado financeiro 3.0”, afirmou Anderson Nery, CEO da Wuzu, no texto.

Além do Mercado Bitcoin, hoje a 2TM é um ecossistema formado por outras oito empresas, entre elas, Meubank, MB Digital Assets, Bitrust, Blockchain Academy e Mezapro.

Com a compra pela 2TM, os 198 investidores da CapTable — que investiram R$ 1,2 milhão na startup há um ano e meio, como mostrou o Finsiders — estão fazendo sua saída. A fintech tinha no captable, ainda, Duxx Investimentos, Bossanova Investimentos e SuperJobs Ventures, que agora também fazem o exit.

Mercado

O interesse de investidores institucionais por cripto vem aumentando globalmente. Segundo pesquisa recente da gestora Fidelity, sete em cada dez institucionais pretendem investir em ativos digitais no futuro.

Lá fora, players como Robinhood, Gemini e, mais recentemente, Coinbase são algumas das operações fortes no segmento.

No Brasil, o Mercado Bitcoin transformou no ano passado sua operação de OTC (mercado de balcão) em um novo negócio, a MezaPro. A plataforma é especializada em oferecer soluções para empresas, instituições e clientes de alta renda.

O Zro Bank colocou no ar, em novembro de 2021, uma plataforma de cripto as a service (CaaS), com foco em fintechs e outras empresas do setor financeiro que querem aumentar o portfólio de serviços. A notícia foi divulgada em primeira mão pelo Finsiders na ocasião.

A Dock, empresa de tecnologia para meios de pagamento e digital banking, também entrou recentemente no segmento, e começará a usar criptomoedas para processar remessas internacionais, como mostrou a Reuters.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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