Inter reverte prejuízo em lucro; receitas mais do que dobram

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No primeiro balanço de resultados após migrar a listagem das suas ações para a Nasdaq, o mineiro (que almeja ser global) Inter está saindo da zona de conforto, como definiu o CEO, João Vitor Menin, no relatório com os números do segundo trimestre.

Entre abril e junho, a Inter&Co — controladora do Inter e da fintech Usend — apurou lucro líquido de R$ 15,5 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 30 milhões em igual intervalo do ano passado.

“A qualidade de nossas receitas continua melhorando significativamente, sendo altamente diversificada entre os produtos e com um crescimento mais forte nas receitas de serviços”, informou o executivo.

As receitas totais do Inter somaram cerca de R$ 1,5 bilhão, mais do que o dobro ano contra ano. Já a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês) chegou a R$ 32 no trimestre, uma alta de 16% na análise anual.

(A título de comparação, o Nubank atingiu um ARPAC de US$ 7,8 ao final do segundo trimestre, patamar equivalente a aproximadamente R$ 41, considerando o fechamento do câmbio em 30 de junho).

O Inter encerrou o segundo trimestre com uma base de 20,7 milhões de clientes, crescimento de 73% ano contra ano. Mais da metade (51,6%) é cliente ativo. Do total, 19,4 milhões são correntistas pessoas físicas (PF), e o restante (1,3 milhão), PJ.

Em contrapartida, o custo de servir por cliente ativo (CTSAC) caiu 4,5%, passando de R$ 14,4 para R$ 13,7 entre um ano e outro. O CAC (custo de aquisição de clientes) anualizado ficou em R$ 32 no trimestre, aumento de 18% ano contra ano. “O aumento se deve principalmente a maiores custos de emissão relacionados a ruptura na oferta global de chips”, justifica a instituição.

Crédito e demais verticais de negócio

A carteira de crédito bruta do Inter bateu R$ 19,5 bilhões ao final de junho, com incremento de 56% ano contra ano. A maior fatia (73%) está colaterizada, seja por ativos, faturas ou folhas de pagamento. A originação de crédito, por sua vez, recuou 1% na comparação anual, para R$ 4,7 bilhões.

A inadimplência acima de 90 dias passou de 3% no segundo trimestre de 2021 para 3,9% em igual intervalo deste ano. A alta do NPL no período foi explicado, sobretudo, pelo aumento no NPL de cartões, que chegou a 7,9%.

No Inter Shop, o marketplace da instituição mineira, o GMV (sigla em inglês para volume total em vendas) ficou em R$ 990 milhões entre abril de junho, aumento de 28% na comparação contra igual intervalo de 2021. A receita líquida nessa vertical dobrou, para R$ 113 milhões. O take-rate ficou em 4,4%.

Em investimentos, os recursos sob custódia cresceram 22% no segundo trimestre, ano contra ano, batendo R$ 53,4 bilhões. A receita líquida nessa linha de negócios mais do que dobrou, para R$ 34,9 milhões.

Na vertical de seguros, as receitas somaram R$ 35 milhões no trimestre, com alta de 63% ano contra ano. Já a carteira de clientes ativos ultrapassou 1 milhão no período, alta de 97% em igual intervalo de comparação.

No cross-border, a vertical mais recente criada após a aquisição da Usend, o Inter somou mais de 141 mil contas globais, com saldo médio de US$ 322 e mais de US$ 383 milhões em volume transacionado nos cartões.

Concorrência

Nesta semana, o Nubank também divulgou balanço de resultados neste início de semana. O banco digital do cartão roxo teve lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões de abril a junho.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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