Pix é aceito por nove entre dez lojas físicas, aponta estudo

De acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 33% dos consumidores usam Pix no pagamento de compras via celular

A adoção de novos meios de pagamentos, como Pix, aplicativos e carteiras digitais, foi acelerada durante a pandemia. Segundo estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) com o Instituto Qualibest, 57% das empresas entrevistadas fizeram mudanças na sua estratégia de pagamento nos últimos 12 meses para lidar com os efeitos da pandemia, e, hoje, 93% das companhias já contam com o Pix para compras nas lojas físicas — eram 69% em 2021.

O relatório mostra, também, que 33% dos consumidores usam o Pix nos pagamentos em compras online com o celular, ao passo que 85% dos varejistas disponibilizam essa opção no seu e-commerce.

Quando a transação é feita em um computador ou notebook, 42% dos clientes usam o crédito parcelado, com esse meio sendo oferecido por 85% das empresas — 100% dos e-commerces permitem o pagamento com cartão de crédito à vista.

Para o presidente da SBVC, Eduardo Terra, as companhias tentam atender a demanda de um consumidor cada vez mais digitalizado. Assim, ele entende que as carteiras digitais e apps devem ter um destaque maior pelo varejo.

“O uso mais intenso de meios de pagamento digitais é positivo para a economia, pois aumenta a formalização do mercado e torna mais fácil alcançar toda a população”, analisa Eduardo, em nota. “É preciso estar atento a tecnologias de realidade virtual, automação e inteligência artificial, uma vez que os consumidores vêm aceitando essas mudanças com facilidade.”

Meios alternativos

De acordo com o estudo, a pandemia também promoveu os meios de pagamentos alternativos: atualmente, o cashback é usado por 54% dos usuários; em 2018, eram 17%. Os cupons de desconto e programas de fidelidade são utilizados por 58% das pessoas; há cinco anos, 36% faziam uso. E somente 15% dos entrevistados afirmam não usar nenhuma dessas alternativas.

O presidente da SBVC diz que, além da venda, os modelos alternativos representam uma boa oportunidade das empresas criarem um vínculo de proximidade junto aos usuários — uma mentalidade já presente nas fintechs e bancos digitais.

“Existe uma grande oportunidade para o varejo se fazer mais presente na vida dos clientes, oferecendo conveniência e vantagens financeiras como forma de criar um relacionamento mais sólido com seus consumidores”, afirma.

Entre os meios de pagamentos emergentes, as criptomoedas também começam a ganhar força. Segundo a pesquisa, 33% dos consumidores possuem ou já tiveram criptos, com 25% desses já tendo feito compras com essa modalidade. Outros 23% dos clientes disseram que utilizariam cripto nas transações na internet.

No entanto, somente 7% dos varejistas têm a intenção de disponibilizar este tipo de pagamento nos próximos 12 meses, o que aponta para um descasamento entre o crescimento do segmento e o entendimento dos varejistas quanto à adoção em massa.

Outro aspecto importante é que o meio de pagamento varia conforme o tipo de compra e o produto. Bens duráveis em lojas físicas normalmente são pagos com cartão de crédito parcelado. Já para compras de consumo imediato, a preferência é pelo cartão de crédito à vista, seguido do cartão de débito.

Pix Parcelado e Pix Garantido

No mercado, as empresas desenham estratégias para se antecipar às novas tendências. De acordo com o mais recente estudo feito pela consultoria GMattos, e publicado pelo portal parceiro Fintechs Brasil, 87,5% das fintechs analisadas oferecem o Pix Garantido como meio de pagamento parcelado.

A GMattos analisou a atuação das startups financeiras brasileiras no ‘buy now, pay later’ (BNPL) na semana de 23 de março deste ano. A conclusão é que a diferença entre o Pix Garantido, proposto pelo Banco Central (BC), e o Pix Parcelado, é o potencial da amplitude da oferta.

No modelo encampado pelas fintechs, as empresas fazem a intermediação da liquidação da transação, com a gestão da cobrança ao consumidor e o repasse ao vendedor. O risco de um eventual não pagamento, portanto, fica com as startups. No Pix Garantido do BC, o risco seria do emissor do Pix, que ficaria a cargo da liquidação do parcelamento de maneira centralizada.

A consultoria comparou, ainda, as taxas de juros ofertadas (geralmente divulgadas ao mês), e a taxa anual, para parcelamentos em 12 vezes. Neste ponto, há uma grande variação: as ofertas começam com juros de 3,45% ao mês (cerca de 50,17% ao ano) até 8,17% ao mês (equivalente a 156,61% ao ano).

O parcelado sem juros, para opções de pagamentos com mais de três prestações, é disponibilizado por 25% das empresas.

*Com informações do parceiro Fintechs Brasil.

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