Por Rogério Melfi*
O Banco Central (BC) está abrindo oportunidades para a inovação financeira com o piloto do real digital e as fintechs de crédito e instituições de pagamentos (IPs) terão a chance de participar ativamente desse projeto transformador. Por meio dessa iniciativa, o BC busca aprimorar a eficiência e segurança das transações financeiras no país, e as fintechs podem desempenhar um papel fundamental nesse processo.
O piloto do real digital oferece a oportunidade para instituições reguladas apresentarem suas propostas de participação nesta fase inicial, quais operações desejam simular, compatibilizando-as com seu modelo de negócios.
As instituições devem apresentar também um histórico de testes em projetos de tecnologia da informação coordenados pelo Banco Central no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), como o Pix e Open Finance. Além disso, é necessário demonstrar expertise em DLT (Distributed Ledger Technology) e blockchain, assim como ter acesso à Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).
As transações a serem simuladas no piloto do real digital incluem emissão, resgate, transferência e fluxos financeiros. Por isso, essa é a chance para as instituições demonstrarem suas capacidades e contribuírem para o desenvolvimento dessa iniciativa. Mas importante destacar que as fintechs candidatas devem garantir que sua participação no piloto do real digital não prejudicará o cumprimento de outras obrigações existentes junto ao regulador.
E mais do que contribuir com a criação do real digital e o avanço do sistema financeiro brasileiro, a participação das fintechs e instituições de pagamento nesse movimento fortalecerá a inclusão financeira dos brasileiros em meios cada vez mais avançados de pagamento, sendo protagonistas na construção do futuro do sistema financeiro, impulsionando a inovação e promovendo maior eficiência e segurança nas transações financeiras.
O processo de recebimento das propostas já está aberto, com previsão de início do piloto ainda em maio deste ano e avançando até 2024. Embora a primeira etapa do piloto deva contar com cerca de 10 participantes, há a perspectiva de acomodação de um número maior.
Acredito que esse é um momento divisor de águas dentro do setor. Por isso, devemos incentivar a participação no projeto. É a oportunidade concreta de conseguir contribuir para a inovação financeira do país.
*Rogério Melfi é membro da curadoria de eventos e comunicação da ABFintechs.
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